Autor: StaGrtrds_Adm1n

O impacto da genética bovina na rentabilidade do confinamento

Confinar bovinos no Brasil é um desafio complexo, especialmente quando se trata de equilibrar custos e lucros. Recentemente, a Scot Consultoria divulgou dados reveladores: o lucro médio por cabeça no confinamento brasileiro gira em torno de R$100,00, uma fração do que é alcançado nos Estados Unidos utilizando o mesmo sistema. Essa disparidade financeira aponta para uma realidade preocupante, mas também abre espaço para explorar soluções alternativas, como aprimoramentos genéticos na criação de gado.

A busca por maneiras de otimizar o confinamento bovino no Brasil é um tema central para produtores e especialistas do setor. Uma das abordagens promissoras é o investimento em genética avançada, e a raça Santa Gertrudis surge como um exemplo emblemático desse potencial.

Dados da última Prova de Avaliação de Desempenho da raça Santa Gertrudis destacam os avanços genéticos que podem impulsionar os ganhos dos confinadores. Por exemplo, o Ganho Médio Diário (GMD) é um indicador crucial para reduzir o tempo médio de abate e aumentar a eficiência da conversão alimentar. Na prova, o melhor animal, que é filho de um reprodutor expoente da raça, Refúgio 53 do criador Lucam Agropastoril, atingiu impressionantes 2kg de ganho aos 13 meses, demonstrando a capacidade da genética melhorada em acelerar o crescimento dos animais.

Outro indicador importante é o Espessura de Gordura Subcutânea (EGS), que reflete a precocidade de acabamento da carcaça. Na mesma prova o macho filho do reprodutor Paco da Taquari, do criardor Djalma Amaral, atingiu 5mm de gordura aos 12 meses de idade, indicando uma maturação precoce que pode ser crucial para encurtar o ciclo de confinamento e maximizar os lucros.

O rendimento de carcaça é fundamental em sistemas de confinamento, a Área de Olho de Lombo (AOL) é um indicador-chave da qualidade da carne, rentabilidade e da eficiência de produção. Na mesma prova, o filho do Justus da Taquari, touro que fez história na raça Santa Gertrudis, atingiu 108cm de AOL aos 11 meses de idade, destacando a capacidade dessa linhagem de produzir animais com alto potencial de rendimento de carcaça.

Esses resultados destacam o potencial da raça Santa Gertrudis, uma raça sintética conhecida por sua rusticidade, precocidade e habilidades maternas. Com 70 anos de história no Brasil, a raça continua a evoluir em termos de ganho de peso e eficiência produtiva, oferecendo uma opção valiosa para produtores que buscam resultados rápidos e rentáveis no confinamento.

Em um setor onde cada centavo conta, a escolha da genética certa pode ser a diferença entre o sucesso e o fracasso no confinamento bovino brasileiro. A raça Santa Gertrudis exemplifica o potencial transformador da genética avançada, oferecendo aos produtores uma oportunidade única de maximizar os lucros, encurtar os ciclos de produção e alcançar uma maior eficiência global. Ao investir em genética de qualidade, os confinadores brasileiros podem abrir caminho para um futuro mais próspero e sustentável no setor.

Anderson Fernandes – medico veterinário e técnico da ABSG

Precocidade da raça Santa Gertrudis é destaque em Concurso Novilha e Touro do Futuro

Evento completa 40 anos de existência e é referência para evolução genética da raça no Brasil 

Acontece neste sábado (13) em Tietê, São Paulo, a 40ª edição do Concurso Novilha e Touro do Futuro, que seleciona os destaques da raça Santa Gertrudis no país. O evento é realizado na Fazenda Pau D’Alho, tradicional na criação da raça em terras brasileiras.
 
“As primeiras novilhas foram compradas no início dos anos sessenta, do grupo King Ranch, que tinha várias propriedades na região de Presidente Prudente. Especificamente foram 31 vacas ¾ Santa Gertrudis, ou seja, eram vacas cruzadas, meio-sangue. Depois, importamos um dos primeiros reprodutores de renome na raça no Brasil, o Navigator, que foi muito importante no estabelecimento da Pau d’alho como uma propriedade de renome no circuito da raça no Brasil”, explica um dos filhos do casal, Kenneth Geld.
 
Carson e sua esposa Ellen começaram este evento em 1983, e até hoje ele serve como referência para a raça, surgindo da necessidade de congregar não só os criadores, mas também as linhagens da raça, que, posteriormente ao julgamento, são colocadas à disposição do mercado.
 
“É um evento muito importante, que desde sua criação reúne vários criadores e sempre atrai pessoas interessadas em melhorar seus rebanhos, complementando as linhagens que possuem adquirindo animais precoces com alto valor genético. Seu Carson, na época, era um criador de porte menor e, através da promoção deste evento, permitiu a ele e a outros criadores, que também não eram tão grandes, ter um canal de comercialização para competir com os grandes produtores”, pontua Kenneth.
 
O superintendente técnico da Associação Brasileira da Raça Santa Gertrudis, José Arnaldo Amstalden, enfatiza a importância do evento para mostrar, entre as diversas qualidades, a precocidade da raça na parte produtiva, pois as novilhas para participarem precisam apresentar prenhez positiva.
 
“Todas as fêmeas que participam precisam estar prenhas e com isso, ao longo dos anos, vimos o quanto a raça evoluiu nessa questão da precocidade sexual. Mas não só isso, outras características também foram sendo cada vez mais trabalhadas, como cobertura de carne, mostrando um animal com carcaça cada vez mais superior, com frame moderado, animais que hoje se busca na pecuária moderna”, acrescentou Amstalden.
 
Ao todo, nove criadores e trinta animais participam do julgamento, que terá início às 9 horas da manhã de sábado. O leilão realizado pela Central Leilões terá início às 13 horas, ambos com transmissão pelo YouTube da leiloeira.

Contato assessoria

Mayara Martis – Agro Agência Assessoria

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Conselho Global da Raça Santa Gertrudis Impulsiona Avanços na Pecuária Mundial

Promover o intercâmbio de inovações, melhores práticas  e informações técnicas, visando a promoção e evolução da pecuária brasileira, este é um dos objetivos de uma importante iniciativa fomentada pelos criadores da raça Santa Gertrudis. Durante o Congresso Internacional realizado no fim do ano passado no Brasil, a Associação fomentou junto a sete países a criação de um Conselho Global da raça.

Para o então presidente da Associação Brasileira (gestão 2022/2023) e o primeiro a presidir o Conselho Mundial, Gustavo Barreto, a iniciativa promete avançar nos aspectos técnicos da raça e na comunicação entre as associações de todo o mundo. “O Conselho Global da Raça foi criado com o objetivo de facilitar e promover a comunicação entre as associações, a transferência de informações que muitas vezes só aconteciam durante os congressos mundiais. Queremos fazer disso uma constante diária, trocando informações técnicas durante todos os anos, durante todos os meses. Teremos uma comunicação ativa com todas as associações”, afirmou Barreto.

Ao todo, sete países formam o Conselho – Argentina, Austrália, Brasil, Estados Unidos, Paraguai, África do Sul e Honduras, cada um com 2 membros representantes. Uma das primeiras conquistas notáveis do conselho foi a criação de um grupo de investidores interessados em contribuir para o desenvolvimento genético da raça no Brasil.

“Durante o Congresso foi possível ver como a raça tem se desenvolvido de forma sólida em nosso país, com uma constante evolução de dados técnicos respaldados por entidades como a Embrapa. Isso mostrou a eles que temos potencial de manejo nutricional e genético, despertando o interesse não só no intercâmbio genético, mas também desses dados, como exemplo projetos que não só produzem dentro da porteira, mas entregam a carne direto ao consumidor, como é o caso da União do Brasil, que criou uma linha de carne e a oferece em um PUB no interior de São Paulo”, explica o atual presidente da Associação (gestão 2024/2025) , Antônio Roberto.

Jerome Urbanosky, um dos criadores da raça nos Estados Unidos, ex-presidente da Associação Americana da Raça e um dos representantes do país no Conselho, expressou sua admiração pelo comprometimento e inovação demonstrados no desenvolvimento do Conselho Mundial de Santa Gertrudis. “Tanto progresso pode ser alcançado unindo esforços e ideias sobre como criar e comercializar essa raça de gado de corte, que tem muito a oferecer”, destacou Urbanosky.

Sobre a Associação Brasileira do Santa Gertrudis
A Associação Brasileira do Santa Gertrudis é uma organização dedicada ao desenvolvimento e promoção da raça Santa Gertrudis no Brasil e no cenário internacional. Com um compromisso com a excelência genética e a inovação na indústria pecuária, a associação desempenha um papel fundamental na preservação e avanço dessa raça de gado de corte.

Bodas de Ouro na pecuária: a jornada em meio século como técnico de uma raça

50 anos não são 50 dias. Uma vida inteira dedicada ao conhecimento e a ser testemunha ocular da evolução do que a pecuária brasileira foi, é e será. E mais ainda, comprometido com uma única raça, com um biotipo animal, a frente de um única Associação, o Santa Gertrudis.

Talvez este seja um fato inédito para um profissional nesta área. Um veterinário que viu nesse caminho muita água passar por baixo da ponte. Puder ver um começo onde pouco se valorizava a genética e o manejo nutricional e criava-se pouco gado em muita área, o resultado era baixa rentabilidade e uma atividade até vista em certo ponto com maus olhos. Tudo mudou, ainda bem. No último meio século, tive o privilégio em ser testemunha ocular desta evolução, que lançou mão da tecnologia e do conhecimento que hoje fazem a diferença da porteira para dentro. 

Essa jornada como testemunha teve como fio condutor a raça Santa Gertrudis que chegou por aqui ainda há mais tempo, já são 70 anos de Brasil. Fui contratado em 15 de janeiro 1974 pela Associação Brasileira do Santa Gertrudis, menino franzino, recém-formado em veterinária, mas com muita vontade de aprender, vontade que me levou até o King Ranch, berço da raça nos Estados Unidos para passar por testes, me tornar técnico e treinar o olho para os desafios biotípicos e fenotípicos da raça.  

E assim estou desde então. Pude conhecer a pecuária em seus diversos cantos. Nas américas, na Australia, África do Sul e por aqui, acompanhar feiras e julgamentos de norte a sul deste Brasil continental e dizer com propriedade que o maior desafio da pecuária é adaptação e funcionalidade. 

E estes hoje são nosso grande trunfo, e eu digo nosso porque a frente do Santa Gertrudis digo que foi o que mais trabalhamos, poder ter um animal adaptado para todos os biomas, necessidades e desafios brasileiros e mais ainda, que atende a maior necessidade atual da pecuária: Qualidade de carne.

Essa preocupação atual é evidente, e as tecnologias de ultrassonografia e as provas de desempenho tem um papel crucial na definição da qualidade da carne produzida pelos animais. Estamos em um momento de mudanças, e as tecnologias avançadas estão permitindo a produção de animais que atendem às exigências e agreguem valor ao que produzimos porteira adentro. 

Recebi durante o Congresso Internacional do Santa Gertrudis realizado em dezembro no Brasil, uma linda homenagem. Um reconhecimento pelas cinco décadas de trabalho prestadas com muita dedicação, esforço e acima de tudo otimismo. O caminho ainda é longo, mas se mantermos o que conquistamos até hoje, continuaremos a produzir a melhor carne do mundo, com excelência, padrão e qualidade para gringo nenhum por defeito. 

José Arnaldo Amstalden, médico veterinário, 75 anos sendo destes 50 como técnico e superintendente da Associação Brasileira do Santa Gertrudis.

MS recebe etapa do Congresso Internacional da raça Santa Gertrudis

Rebanho número 1 da raça, localizado em Nova Andradina/MS, será mostrado na etapa do Congresso

No dia 3 de dezembro, a partir das 8 horas, a Associação de Criadores de Santa Gertrudis (ABSG) realiza na Fazenda Lirio do Vale, em Nova Andradina – MS, a etapa MS do Congresso Internacional da raça que comemora os 70 anos da chegada do Santa Gertrudis no Brasil. No dia de campo, entre os temas apresentados, estará o cruzamento industrial com nelore e apresentação sobre o GPBife – programa realizado pela Embrapa/Geneplus.

“A Lirio do Vale é onde está hoje localizado o rebanho remanescente, ou número 1, originário do King Ranch, berço da raça nos EUA. Lá poderemos ver toda a performance genética da raça e, mais ainda, como são seus resultados no cruzamento com o nelore, tanto ½ sangue como ¾, que é a segunda cruza em cima da F1 Santa, onde inseminamos e fazemos repasse com touros Santa Gertrudis”, explica  Anderson Fernandes, técnico da associação e consultor veterinário da fazenda.

Anderson explica também que são trabalhadas cerca de 2 mil matrizes na propriedade. “A propriedade só trabalha com cria e temos esses animais com alta carga genética do Santa Gertrudis Puros de Origem”, enfatiza o veterinário. 

O pesquisador Maury Dorta, da Embrapa Gado de Corte e coordenador do programa Geneplus, pontua que a apresentação sobre o GPBife pretende mostrar aos produtores e ao público presente a importância do suporte ao produtor na produção do gado comercial, que precisa lançar mão de ferramentas para a melhor rentabilidade de sua produção.

“Mostraremos no dia de campo que esse suporte é feito a partir de um diagnóstico inicial do rebanho, definindo assim um objetivo do criador e conhecimento do nível de controle zootécnico existente na propriedade. A partir daí, elaboramos um plano de trabalho com ações que comporão um processo de melhoramento genético a ser implantado neste rebanho. O GPBIFE atende a rebanhos em todos os níveis de controle zootécnico, estabelecendo metas compatíveis a cada realidade com foco na evolução ao longo do tempo”, pontua o pesquisador.

O Congresso será realizado entre os dias 26 de novembro e 11 de dezembro e pretende reunir delegações de mais de 10 países de diversos países de, de vários continentes. O roteiro percorrerá quatro estados brasileiros, com dezesseis dias de palestras técnicas abordando diversos temas sobre a pecuária brasileira, bem como visitas a fazendas que adotam os mais variados modelos de produção. 

“O dia de campo na Lirio do Vale será uma oportunidade ímpar dos participantes conhecerem um dos maios importantes berços do Santa Gertrudis no Brasil, além das palestras serviremos também um almoço típico sul-mato-grossense, a terra que respira  pecuária”, ressalta o presidente da ABSG, Gustavo Barretto. 

Mais informações, como cadastramento para o dia de campo, só acessar o site www.santagertrudis2023.com.

Brasil Receberá pela Terceira Vez o Congresso Mundial do Santa Gertrudis

Evento passará por 4 Estados brasileiros e restam poucas vagas para os interessados

De 26 de novembro a 10 de dezembro, a Associação Brasileira do Santa Gertrudis (ABSG) realiza no Brasil o Congresso Mundial da raça, celebrando os 70 anos da sua chegada no país. Pela terceira vez realizado no País, o evento é considerado um marco na troca de informações, experiências, conhecimento e excelência da pecuária, reunindo pecuaristas e especialistas de todo o país. 

“Teremos uma programação que foi toda feita minuciosamente pensando no que o criador precisa ver da raça em nosso País, o desenvolvimento dela tanto em sua genética, como no seu manejo, por isso a ideia de ser itinerante, pois queremos justamente mostrar como ela responde nos diferentes biomas e nos diferentes formatos produtivos”, pontua o presidente da Associação, o criador Gustavo Baretto.

O congresso oferece uma plataforma para a troca de informações entre pecuaristas e especialistas. A programação técnica foi elaborada para facilitar o entendimento da evolução da pecuária no país e o papel do Santa Gertrudis nesse ambiente, fornecendo insights valiosos e estratégias inovadoras para todos os participantes.

“Importantíssimos temas farão parte da programação, entre eles “Pastoreio Voisin”, manejo de pastagens que visa a verticalização da produção; Mercado de carnes premium; Evolução da pecuária brasileira; Desenvolvimento genético do Santa Gertrudis Brasileiro no programa Geneplus/Embrapa, tendências de mercado e Evolução da avaliação de carcaça no Brasil. Este encontro não apenas fortalecerá os laços existentes, mas também promoverá parcerias em prol de objetivos comuns”, ressalta Barretto.

Na programação, o turismo também será contemplado, proporcionando aos participantes a oportunidade de explorar as belezas do Brasil. Além de enriquecer o conhecimento dos participantes, essa experiência visa fortalecer o compromisso com a evolução da pecuária.

“Selecionamos criteriosamente os estados  de Sergipe, Paraná, Mato Grosso do Sul 
 e São Paulo, com visitas técnicas e passeios, pois acreditamos que assim conseguiríamos passar a todos os participantes um panorama econômico específico de cada região, além de mostrar um pouco as belezas do nosso Brasil. Serão 16 dias de imersão em fazendas referência na raça é que mostram os mais diversos modelos de produção presentes no ambiente agropecuário brasileiro.”, pontua o diretor de marketing e também criador, José Artur.

As inscrições estão na fase final de realização e restam poucas vagas. Para mais informações sobre o evento e inscrições, os interessados podem acessar o site oficial www.santagertrudis2023.com

Mayara Martins
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Congresso do Santa Gertrudis traz pastoreio Voisin como alternativa para pecuária nordestina

Tema será debatido na abertura do evento, que acontece na cidade de Aracajú no dia 27 de novembro

Segundo dados divulgados pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC), o rebanho da região nordeste brasileira alcançou em 2022 os 25 milhões de cabeças de gado, sendo a grande maioria criada em propriedades rurais com até 20 hectares, que representam 66% do total de propriedades da região.

Com uma quantidade de área tão pequena para produzir carne, um sistema se tornou peça-chave para a produtividade, é o chamado pastoreio Voisin. De acordo com o engenheiro agrônomo e consultor em sistemas pecuários intensivos, André Sorio, esse tipo de manejo se caracteriza pela rotação de pastagem, pelo uso de alta carga instantânea e por variar o tempo de descanso ao longo do ano conforme a estação climática. 

“Na época chuvosa o capim pode descansar menos para poder se recuperar para o novo pastejo, naturalmente, na época seca ele precisa descansar mais para poder se recuperar para ser pastejado novamente pelo gado. No Nordeste, o Voisin tem um impacto extra, porque as propriedades são relativamente menores do que propriedades do Centro-Oeste, por exemplo. Então o pessoal precisa ainda mais eficiência de utilização para conseguir ganhar escala mesmo em áreas menores”, pontua Sorio.

E o grande desafio da implantação do pastoreiro Voisin é que o produtor precisa efetivamente ser um gestor dos seus recursos, levando em consideração principalmente o uso do solo. André explica que quanto mais se aumenta a produção de pasto, mais se atinge a eficiência de pastejo, que tem como consequência a conversão desse capim em carne e leite.

“O primeiro passo que toda a propriedade pecuária deveria dar é utilizar melhor o seu recurso do solo, o seu recurso básico e permitir que a propriedade consiga demonstrar onde é possível chegar naquela situação existente. Depois que isso está claro, que isso foi testado, foi aplicado pelo produtor, aí sim pode entrar a questão de fertilização, uso de adubo, uso de calcário dentro do processo, mas ele não é algo que se inicia fazendo, ele é depois que já se ganha eficiência no uso dos recursos”, enfatiza o consultor. 

O tema será debatido durante o Congresso Internacional da raça Santa Gertrudis que acontece entre os dias 26 de novembro a 10 de dezembro e trará produtores rurais do mundo inteiro para o Brasil. O pastoreio Voisin fará parte da abertura do evento que acontece na cidade de Aracaju/SE e depois segue de forma itinerante por mais três Estados brasileiros. 

“Será a oportunidade do produtor rural do Brasil e do Nordeste conhecer esse sistema, que pode ser uma saída para a intensificação e melhoria dos seus resultados. No dia de campo, onde teremos a palestra do André Sorio, teremos uma visita a duas propriedades que utilizam o pastereio Voisin, a fazenda Mangabeira, que em módulos de meio hectare faz a recria, criação de tourinhos, de novilhas, além de modulos de 6 hectares onde é feito a cria. Visitaremos também a fazenda Gamelinha, que faz cruzamento industrial de vacas Nelore com Santa Gertrudis, utilizando esse sistema que está dentro da realidade pecuária da nossa região”, finaliza Gustavo Barretto, presidente da Associação Brasileira do Santa Gertrudis (ABSG). 

Serviço
Para informações e acesso a toda a programação do Congresso Internacional da Raça Santa Gertrudis, acesse o site www.santagertrudis2023.com

Genética para conformação frigorífica é realidade na raça Santa Gertrudis.

O cenário de produção de carne no Brasil apresentou crescimento no segundo trimestre de 2023. De acordo com dados divulgados pelo IBGE, a alta chega a 11% se comparado já com o mesmo período do ano anterior, produzindo cerca de 2,14 milhões de toneladas de carcaças bovinas. Vários fatores impactam nesses números, entre eles o desenvolvimento genético que visa cada vez mais a replicação de características de conformação frigorifica como: estrutura, musculosidade e acabamento de gordura.

Lançado em agosto, o Sumário Geneplus produzido pela Embrapa Gado de Corte, traz uma seleção afinada desses animais capazes de replicar características importantes para a produção de carne. Entre as raças avaliadas está a Santa Gertrudis, que chamou a atenção justamente por apresentar índices que comprovam esse desenvolvimento.

“As tendências genéticas nos ajudam a enxergar as mudanças que estão acontecendo na raça, o Santa continua sua seleção para ganho de peso, mas a composição de carcaça vem melhorando ano a ano, e vemos isso pelo aumento da tendencia genética para conformação frigorífica dos animais. Também é importante destacar a precocidade sexual, pois a Idade ao Primeiro Parto vem diminuindo de forma consistente ao longo do tempo. Tudo isso implica em mais ganho no gancho, que é também o objetivo final”, explica o coordenador do Geneplus Embrapa, o pesquisador Maury Dorta.

Ao todo foram 2711 touros avaliados na raça. Entre eles animais disponíveis em centrais genéticas, sendo que um terço está entre TOP 0,1% e 0,5%, ou seja, que possuem maior assertividade nos resultados e agregam não só na raça pura, com também no cruzamento industrial.

“Os touros novos que estão entrando nas centrais já são animais muito bons de índice, isso porque o processo de seleção desses animais está muito mais organizado e pautado em critérios de desempenho dentro das fazendas, como também nas provas da raça. O resultado é que temos touros muito mais consistentes, que quando colocados para produzir têm se sustentado como animais realmente melhoradores em relação ao rebanho”, pontua o pesquisador.

Dorta revela também que outra característica levantada é a redução do tamanho de umbigo e prepúcio da raça, um aspecto funcional ligado a longevidade dos touros em serviço no campo. “Os criadores se empenharam muito nisso e vemos isso agora, de forma comprovada pelos números trazidos no sumário Geneplus”, ressalta.

Para o presidente da Associação do Santa Gertrudis no Brasil, Gustavo Barretto, os resultados que raça vem apresentando mostram o trabalho cuidadoso e consistente por parte dos associados. “A base de dados vem crescendo com muita qualidade, temos mais criadores participando do Programa e coletando dados com o rigor necessário para abastecer essa base e gerar DEPs mais confiáveis, que trazem maior assertividade na seleção e acasalamento”, finaliza Barretto.

 
Sobre o Santa Gertrudis.

A raça Santa Gertrudis surgiu a partir de um desafio: produzir um gado de corte rústico, perfeitamente adaptado às duras condições climáticas do sul dos Estados Unidos. Assim, os proprietários das Fazendas King Ranch iniciaram, em 1910, os primeiros cruzamentos entre seus melhores rebanhos de origem zebuína e européia.
 
No Brasil desde 1953, introduzida pelo mesmo King Ranch, com 34 machos e 225 fêmeas, a raça Santa Gertrudis soma hoje quase um milhão de exemplares. Para comemorar os 70 anos da chegada da raça em terras brasileiras, esse ano a Associação sediará entre novembro e dezembro o Congresso Internacional do Santa Gertrudis, que reunirá criadores da raça presentes em todo mundo, serão mais de 10 delegações conhecendo a realidade da pecuária brasileira com palestras técnicas e visitas a campo em diversas regiões do país.

Revista comemorativa conta história da raça Santa Gertrudis no Brasil

No ano que completa 70 anos da sua chegada no país, Associação lança revista que mostra o desenvolvimento da raça no Brasil e no mundo 70 anos marcam a chegada da raça bovina Santa Gertrudis e do cavalo Quarto de Milha no Brasil. Ambos surgidos no King Ranch, propriedade icônica localizada no Texas/EUA, a raça bovina foi produzida a partir do cruzamento da  raça  zebuína Brahman (3/8) e a britânica Shorthorn (5/8), sendo reconhecida como raça em 1940 pelo Ministério da Agricultura Americano. Com grande rusticidade, precocidade e capacidade de adaptação, aliada a acabamento de carcaça, marmoreio e qualidade de carne, vem se destacando em projetos de cruzamento industrial por todo o país dentre eles no chamado tricross.
 
“É um ano muito importante para toda a família gertrudista, estamos comemorando os 70 anos da raça em terras brasileiras, é a que mostra a consistência de um trabalho minucioso na acurácia genética e mais ainda, dos índices que vem fazendo a diferença na pecuária brasileira. A revista vem para brindar esse momento e reunir em um só material toda essa história e evolução do Santa no Brasil”, pontua o presidente da Associação Brasileira do Santa Gertrudis (ABSG), Gustavo Barreto.
 
Com 100 páginas ela reúne diversas histórias de criadores importantes na  promoção da raça no país, a publicação traz também algumas curiosidades, como a participação da raça em um episódio da icônica novela Roque Santeiro que foi ao ar na década de 80. A cobertura do programa Fantástico do Congresso Internacional que aconteceu em São Paulo em 1997 com uma chamada ao vivo da casa noturna Limelight onde ocorreu o leilão do 

Uma seção que tem bastante destaque é a seção internacional, onde é abordado o posicionamento da raça no cenário pecuário de países como Estados Unidos, Austrália, África do Sul e Paraguai. O que mostra a sua adaptabilidade nos diferentes biomas. 

A publicação também divulga a realização do Congresso Internacional que será realizado este ano, sendo a terceira edição promovida no Brasil. O evento, realizado entre 26 de novembro e 11 de dezembro, pretende reunir criadores de diversas partes do mundo, percorrerá 4 Estados brasileiros, com 16 dias de imersão em fazendas referência na raça e na pecuaria.
 
A publicação está disponível no site da Associação www.santagertrudis.com.br ou você pode solicitar a versão impressa também através do site da entidade.

Mayara Martins
Agro Agência Assessoria
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Lançamento do Congresso Internacional do Santa Gertrudis movimenta Expointer 2023

Criadores, técnicos e entusiastas da raça se reuniram para comemorar os 70 anos do Santa Gertrudis no Brasil e divulgar a realização do Congresso Internacional.

Na noite desta terça-feira (29), a raça Santa Gertrudis reuniu-se no Parque Assis Brasil, durante a 46ª edição da Expointer, em Esteio/RS. Criadores, empresas ligadas ao mercado pecuário e entusiastas da raça participaram do lançamento do Congresso Internacional do Santa Gertrudis, que acontecerá no final do ano no Brasil.

O evento foi também um momento para comemorar o lançamento da revista que marca os 70 anos da chegada da raça ao país. Além de conter muitos detalhes sobre a trajetória e desenvolvimento da genética desses animais, a revista é um pedaço da história da pecuária brasileira.

“É um momento muito importante para a raça, pois estamos comemorando não só a sua chegada, mas também o motivo pelo qual ela se desenvolveu tão bem em nosso país, os resultados satisfatórios que traz para os criadores e o impacto significativo na indústria da carne brasileira. A revista retrata um pouco disso e poder reunir todos que estimam o Santa neste evento, com casa cheia e prestigiado pelos criadores, pelas empresas, pelo mercado, pelos parceiros, é uma satisfação enorme para nós”, ressalta o criador e presidente da Associação Brasileira do Santa Gertrudis, Gustavo Barretto.

Maury Dorta, coordenador do programa Geneplus que trabalha com a raça há muito tempo, destacou como o Congresso será recheado de informações e números sobre a evolução no melhoramento genético da raça, bem como sobre a excepcional produção de fêmeas nelore, os chamados F1. “O Congresso conta com uma programação muito especial e técnica, além de apresentar gado de muita qualidade. Nada melhor que um evento dessa envergadura para comemorar os 70 anos da raça no Brasil”, enfatiza o coordenador.

Para o criador Ruy Barreto, sucessor da Cabanha 53 que cria o Santa Gertrudis há mais de 50 anos e que também conquistou o grande campeonato e o reservado campeonato na pista da Expointer 2023, o evento contribui para o fortalecimento da raça no Brasil.

“Estar aqui nesta noite, participar da exposição e sair com os animais vendidos da pista para novos criadores da raça é um sinal do quanto temos trabalhado por essa evolução. Isso tem sido feito pela Associação, pelo Geneplus e com o uso de ferramentas como a ultrassonografia, que identifica animais superiores, principalmente no marmoreio e na área de olho de lombo, que é o que produz a carne nobre da raça. Ou seja, corresponde mais às necessidades do mercado”, aponta o criador.

O Congresso Internacional do Santa Gertrudis será realizado entre os dias 26 de novembro e 11 de dezembro, reunindo participantes de mais de 10 países em um roteiro itinerante, apresentando os resultados obtidos da genética Santa Gertrudis nos diferentes desafios do Brasil.

Pista pesada elege os melhores do Santa Gertrudis na Expointer 2023

No julgamento da raça, duas propriedades fizeram a dobradinha nos grandes campeonatos. Destaque para a Fazenda Santa Maria, localizada em Tijucas, Santa Catarina, que conquistou o título de Grande Campeã com o animal de número 1450, da linhagem GOLD, e a reservada com Peppa AF, da Linhagem Paterna Levi da Taquari e materna El Chaco 53. No grande campeonato de machos, a Cabanha 53 do Rio Grande do Sul também conquistou as duas primeiras colocações, com o grande campeão Usurpador 53 e o reservado Viking 53, ambos da mesma Linhagem Paterna de Levi da Taquari e materna El Chaco 53.

Além da Santa Maria e da Cabanha 53, também entraram na pista os animais da Fazenda Dona Iria e do Sítio Vô Arnaldo.

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