Autor: StaGrtrds_Adm1n

Santa Gertrudis volta à Feicorte em 2025 com o dobro de animais e reforça protagonismo na pecuária de corte

Com foco em eficiência, genética de ponta e mercado, a Associação Brasileira da Raça Santa Gertrudis (ABSG) prepara uma participação histórica na Feicorte 2025. Após o grande destaque na edição anterior, com o maior número de animais da feira, a entidade confirmou que dobrará o número de animais expostos e ocupará dois pavilhões inteiros durante o evento, refletindo o excelente momento vivido pela raça no Brasil A Feicorte, que acontece entre os dias 18 e 21 de junho, em Presidente Prudente (SP), é considerada uma das maiores vitrines da pecuária de corte da América Latina.

“Aumentamos não só o número de animais, mas também o nosso compromisso com o desenvolvimento da pecuária nacional. Em 2024, fomos a maior raça da feira. Em 2025, voltamos maiores, mantivemos a nossa Exposição Nacional integrada à programação da Feicorte, dois pavilhões lotados com os melhores exemplares da raça e criadores de diversas regiões do país”, afirma Artur Afonso, diretor de marketing da ABSG.

Mais que uma participação expressiva, o retorno em grande escala evidencia a consolidação da raça Santa Gertrudis como referência em produtividade e resultado econômico. Com excelente desempenho no cruzamento industrial com zebuínos, a raça tem demonstrado a capacidade de desmamar bezerros com até 8 arrobas, garantindo eficiência no ganho de peso, rendimento de carcaça e qualidade de carne — características cada vez mais valorizadas pelo mercado.

O estande da ABSG na feira também vai destacar os avanços genéticos, o aumento do número de touros Santa Gertrudis em centrais de inseminação e a liquidez comercial da raça, comprovada pelo aumento na venda de sêmen e pelos resultados dos leilões mais recentes.

“O crescimento da raça é visível. A cada ano temos mais criadores, novos reprodutores sendo coletados e valorização consistente no mercado. Participar da Feicorte é uma oportunidade estratégica para mostrar esses avanços ao público técnico e comprador”, reforça Artur Afonso.

Na edição passada, o Campeonato Nacional da Raça Santa Gertrudis foi palco de disputas técnicas acirradas. O criador Pedro Álvares de Melo, da Fazenda Malagueta, foi o grande vencedor na categoria machos com o animal MR Atalla, e destacou a alta competitividade do julgamento. “A decisão é sempre no detalhe. O nível dos criadores é altíssimo, reflexo de um trabalho genético sério e consistente. A Feicorte é a vitrine perfeita para esse tipo de avaliação técnica”, afirmou.

Para 2025, a expectativa é ainda maior. Segundo Antônio Roberto, presidente da ABSG, o evento será uma vitrine não apenas para mostrar a evolução genética da raça, mas também para gerar negócios imediatos. 

“Este ano, os reprodutores que estarão em prova na Feicorte poderão ser comercializados durante o próprio evento. Ou seja, o pecuarista poderá adquirir ali mesmo a genética avaliada e já utilizá-la na estação de monta deste ano. Além disso, vamos realizar uma degustação de carne Santa Gertrudis durante o Beef Hour, no dia 17 de junho pela manhã. Será uma oportunidade para que os participantes experimentem o diferencial da raça não só no cruzamento, mas também na qualidade da carne, que vem conquistando cada vez mais espaço”, destacou o presidente.

Raça Santa Gertrudis encanta Sergipe em festival gastronômico inédito

Mais de 100 pessoas participaram do primeiro Festival de Carne Santa Gertrudis em Sergipe, realizado na Churrascaria Fuego, em Aracaju. O evento reuniu criadores, apreciadores de carne de qualidade, especialistas em churrasco e formadores de opinião em uma noite de experiências sensoriais e networking em torno da carne da raça Santa Gertrudis, reconhecida pelo marmoreio, maciez e sabor superior.

O encontro foi promovido pela Fazenda Mangabeira, em parceria com a churrascaria anfitriã, e contou com cortes premium da marca produzida pela Reserva União do Brasil, da Fazenda União do Brasil, localizada no interior de São Paulo.

“O objetivo foi apresentar a carne da raça Santa Gertrudis ao público sergipano. Fizemos o primeiro festival e o resultado foi excelente: todo mundo aprovou a qualidade da carne, a repercussão foi muito positiva e já temos demanda para comercializar a marca na região. Esse evento é um “case” que pode — e deve — se repetir em outros estados”, destaca Gustavo Barretto, criador, diretor da Associação Brasileira Santa Gertrudis (ABSG) e um dos organizadores do evento.

A Churrascaria Fuego, que atua desde 2018 na capital sergipana, já vinha acompanhando o trabalho de seleção e produção da Fazenda Mangabeira há mais de dez anos.  Segundo Jorge Costa, proprietário da casa, a carne do Santa Gertrudis surpreende até os paladares mais exigentes.

 “Nossa casa tem tradição em churrasco e há tempos buscávamos oferecer esse tipo de carne aos nossos clientes. Quando as carnes da Fazenda União do Brasil chegaram até nós, entendemos que era o momento certo. Servimos cortes como bombom da alcatra, chorizo, maminha e short rib, todos harmonizados com vinho. O resultado foi surpreendente — os clientes ficaram encantados com o sabor, o marmoreio e a suculência. Agora querem mais”, ressaltou o empresário.

Além da experiência gastronômica, o evento contou com a exposição de uma réplica em tamanho real do touro Justus — símbolo da raça Santa Gertrudis — e a distribuição de camisas personalizadas para os convidados. A noite também marcou a apresentação da raça para novos públicos do Nordeste.

“A qualidade da carne do Santa Gertrudis é inquestionável. O festival mostrou, na prática, o que defendemos como associação: uma raça rústica, eficiente em cruzamentos industriais e com excelente desempenho de norte a sul do país”, afirmou Antônio Roberto, presidente da ABSG. “Queremos fortalecer essa conexão com o consumidor final e ampliar o reconhecimento da raça no Brasil.”

Diante da repercussão, os organizadores já planejam uma segunda edição do festival para o segundo semestre, com a expectativa de ampliar o público e expandir a distribuição da carne Santa Gertrudis em Sergipe.


Sobre a pecuária em Sergipe


A pecuária é uma atividade estratégica para o agronegócio sergipano, com destaque para a bovinocultura de corte e leite. Segundo a Pesquisa da Pecuária Municipal do IBGE (2023), Sergipe possui um rebanho bovino de aproximadamente 1,1 milhão de cabeças, com concentração nas regiões do Alto Sertão, Centro-Sul e Agreste e de acordo com o Banco do Nordeste (BNB) registrou um crescimento de 35,2% na produção de carne bovina, passando de 15,9 mil para 21,5 mil toneladas.

A produção de carne bovina sergipana abastece principalmente o mercado interno, mas nos últimos anos o Estado tem investido em melhoramento genético, alimentação estratégica e gestão de pastagens, ampliando a produtividade e a qualidade da carne. De acordo com a EMBRAPA Tabuleiros Costeiros, Sergipe apresenta potencial para a inserção de raças especializadas em qualidade de carne, como o Santa Gertrudis, sobretudo em sistemas integrados e de cruzamento industrial.

Raça registra novo recorde de ganho médio diário em avaliação de Central

Animal Santa Gertrudis surpreende com ganho acima de 3kg/dia

A raça Santa Gertrudis teve sua eficiência produtiva comprovada ao realizar, pela primeira vez, uma Prova de Avaliação de Desempenho (PAD) na Central Bela Vista, em Botucatu (SP). Com 67 animais participantes, entre machos e fêmeas que ao final tinham aproximadamente 14 meses, a prova evidenciou o potencial da raça, que atingiu resultados históricos, principalmente no índice de ganho médio diário, o GMD.

Segundo Anderson Fernandes, presidente do conselho técnico da Raça Santa Gertrudis, o GMD, ou Ganho Médio Diário, é o aumento de peso do animal por dia durante um período determinado. “Ele é calculado dividindo a diferença entre o peso final e o inicial pelo número de dias monitorados. Esse indicador é essencial para avaliar o desenvolvimento, a eficiência nutricional e o manejo, essenciais para os resultados positivos na engorda dos bovinos.”

O teste teve duração de 77 dias – sendo 21 dias de adaptação e 56 de prova efetiva –, avaliando, além do GMD, a eficiência alimentar, as características de carcaça e a análise de biotipo conduzida pelo programa Geneplus/Embrapa. A dieta projetada para a prova estimava um ganho entre 1,1 e 1,2 kg/dia, porém o maior GMD registrado foi de 3,02kg/dia, um marco no Centro Tecnológico “Humberto de Freitas Tavares”, 

“É importante destacar também que esse animal que ganhou 3,02 quilos ao dia, apresentou um CAR negativo, ou seja, um Consumo Alimentar Residual negativo em 0,752, o que significa que, apesar de ter comido menos do que a média da população da prova, ele teve um ganho gigantesco de peso”, ressalta Anderson.

Para Matheus Vargas, Supervisor de Produção e Pesquisa da Central Bela Vista, o desempenho da Santa Gertrudis representa um divisor de águas: “Esse foi o maior ganho médio diário já registrado no Centro Tecnológico até hoje. Os números comprovam a eficiência dessa raça, que combina equilíbrio entre características de carcaça, desempenho reprodutivo e eficiência alimentar. O Santa Gertrudis tem um enorme potencial para se destacar no cruzamento industrial, especialmente por sua precocidade e rendimento.”

Além do GMD, Hermano Lucam, da Lucam Agropecuária registrou também o maior índice de Área de Olho de Lombo da prova, que foi de 92,65. O proprietário Luiz Ayres, conhecido como Ziza, criador da raça desde 1985, comemorou os resultados: “Com 38 anos de experiência em provas, posso dizer que essa foi uma das melhores que já participamos. A resposta vem em números, refletindo a força da genética que desenvolvemos ao longo das décadas. Além disso, três dos nossos touros foram vendidos imediatamente após a prova, o que mostra como essas avaliações valorizam os animais e a raça.”

Essas qualidades, aliadas à eficiência na conversão alimentar, tornam o Santa Gertrudis uma opção estratégica para pecuaristas que buscam maximizar a produtividade e a lucratividade de seus sistemas de produção.

O presidente da Associação Brasileira de Criadores de Santa Gertrudis, Antônio Roberto, reforçou a relevância da avaliação: “Realizar a prova na Central Bela Vista foi um marco. Os resultados confirmam que a raça tem muito a oferecer, com animais que aliam excelente desempenho produtivo e reprodutivo. Essa conquista é fruto do trabalho conjunto entre criadores e técnicos, buscando sempre a evolução da raça, de acordo com as necessidades do mercado.”

Participação de gado de corte na etapa leite da Expo Rio Preto Sicredi reflete o crescimento da feira

A Etapa Leite da 61º Expo Rio Preto SICREDI, realizada entre os dias 15 e 21 de setembro, foi palco dos julgamentos das raças de corte Santa Gertrudis, Simental e Gir Dupla Aptidão

Originalmente programados para a Etapa Corte (entre os dias 28 de setembro e 4 de outubro), os julgamentos dessas raças foram antecipados devido ao elevado número de animais que ocuparão o Recinto de Exposições na segunda semana do evento, refletindo o crescimento da feira na edição deste ano. Os animais chegaram ao parque entre os dias 14 e 17 de setembro e passaram por julgamentos nos dias 20 e 21 de setembro. Durante as avaliações, os juízes consideraram aspectos como carcaça, aprumos, caracterização racial e estrutura dos animais, por meio de comparações entre os exemplares de cada raça e categoria.

Com 66 animais inscritos, o grande campeão da raça Santa Gertrudis foi o touro Quebec, da Fazenda União do Brasil. O título de Reservado Grande Campeão ficou com Fandango da Lucam Agropastoril. Na categoria das fêmeas, a Fazenda União do Brasil também se destacou, com duas vacas recebendo os títulos de Grande Campeã e Reservada Grande Campeã. O grande destaque da raça Simental, entre 44 competidores, foi o touro Ben-Hur, da Terra Nova, que também conquistou o título de Grande Campeão. “Apesar de ser a segunda raça mais populosa no mundo, a Simental ainda é pouco presente no Brasil devido ao clima quente, mas já existem plantéis de animais adaptados às nossas condições climáticas”, afirma Silvia Hage, da Terra Nova. Os julgamentos reuniram todos os criadores de Simental do País na Expo Rio Preto SICREDI, que confraternizaram após as avaliações em um coquetel ainda na pista. Nos julgamentos de Gir Dupla Aptidão, participaram 17 exemplares. O título de Grande Campeão ficou com Kandar do Marco Maia, mas a fazenda também dominou o segundo lugar com Onix do Marco Maia, reconhecido como Reservado Grande Campeão, evidenciando a qualidade dos animais apresentados e o destaque da raça na competição.

CRESCIMENTO ‘EXPONENCIAL’ Segundo o Secretário de Agricultura e Abastecimento de Rio Preto, Pedro Pezzuto, a alteração na programação foi uma decisão estratégica para acomodar melhor todas as cabeças de gado. “O crescimento da Expo nessa edição é evidente. A transferência desses julgamentos para a Etapa Leite reflete nosso compromisso em proporcionar uma experiência adequada para expositores e animais”, explica Pezzuto. A Expo Rio Preto SICREDI é realizada pela Prefeitura de São José do Rio Preto, com correalização da Associação Comercial e Empresarial de São José do Rio Preto (ACIRP) e apoio do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento, SEBRAE-SP e Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ). A bebida oficial da feira é o Guaraná Poty. 

Exposição de animais reforça qualidade genética da pecuária brasileira na Feicorte 2024 

De volta ao cenário dos eventos pecuários do Brasil, a Feicorte – Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne foi realizada entre os dias 19 e 23 de novembro, em Presidente Prudente (SP). Com uma programação robusta e focada em impulsionar a pecuária brasileira em nível internacional, esta edição de retomada do evento também teve como destaque a exposição de animais.

Participaram do evento animais das raças Wagyu, Nelore, Guzerá, Caracu, Brahman e Santa Gertrudis. O responsável pela captação dos expositores, animais e leilões, Alex Arikawa Miyasaki, que fez parte da equipe de curadoria do evento, definiu a Feicorte como uma grande referência para o melhoramento genético das raças bovinas de corte.

“A Feicorte fomentou e estreitou relacionamentos que geraram experiências e oportunidades de negócios, desde agregar investimentos com pacotes tecnológicos até aquisição de material genético nas categorias de matrizes, reprodutores, embriões e sêmen”, pontuou Miyasaki.

A feira reuniu criadores, fornecedores, empresas do setor, investidores e profissionais, que puderam conferir as atrações do evento, como arena de conteúdo para discutir o tema “A conta do boi”; Beef Hour que tratou da qualidade da carne; Espaço Origens com a exposição, degustação e harmonização de produtos artesanais paulistas; desfile de touros; área de demonstração de Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF), entre outras.

“O evento seguiu com sua missão de impulsionar e promover a pecuária brasileira como um importante produtor e exportador de proteína animal do mundo, reunindo em um só espaço conhecimento, tecnologia, relacionamento, experiências, integração e sustentabilidade, sempre com o objetivo de fortalecer todos os elos da cadeia, promover a produção eficiente de carne de qualidade e a reflexão das necessidades e tendências do setor”, ressaltou a CEO da Verum, Carla Tuccilio, que esteve à frente Feicorte 2024.

Por que a carne brasileira está barata e o que esperar

O mercado da carne segue um ciclo que varia de 3 a 5 anos, dependendo de diversos fatores, como a produtividade do rebanho. Esse ciclo considera desde o planejamento de emprenhar as fêmeas até a carne chegar à mesa do consumidor. As etapas são definidas conforme o tempo e a performance dos animais: estação de monta (período de emprenhar as fêmeas): 3 a 5 meses; gestação da fêmea: 8 meses; idade que o bezerro é desmamado: 9 meses; período de desenvolvimento do animal (equivalente à adolescência): 9 meses; período de terminação (engorda do animal para ganhar carne): 3 meses; abate e distribuição: 1 mês. O que dá um total de 33 meses. Em outras palavras, a carne que chegou hoje na mesa do brasileiro começou a ser produzida em 2021.

Durante os últimos meses, o setor pecuário brasileiro tem enfrentado uma queda nos preços da carne devido ao aumento recorde na oferta. No primeiro trimestre de 2024, segundo o IBGE, foi abatido o maior volume de animais desde 1997, 24,6% a mais que no mesmo período de 2023, com 46,2% desse total sendo fêmeas. As exportações têm ajudado a escoar a produção, mas os preços por tonelada são menores que no ano passado.

Com isso, os produtores têm liquidado mais animais para fazer caixa, pois suas margens estão menores e eles não podem estocar carne esperando por uma melhora no mercado. Esse excesso de oferta é consequência de um período de 2020 a 2022, quando os preços da carne estavam altos e os custos de produção baixos, tornando o setor lucrativo e incentivando o aumento dos rebanhos. O reflexo disso era percebido pelos recordes de preços nos touros reprodutores, recordes de vendas de sêmen pelas centrais, entre outros. Porém, esse cenário acabou ficando no passado e hoje chegamos, no que tudo indica, ao ponto baixo deste ciclo.

O que nos faz crer que chegamos ao ponto baixo do ciclo? Internamente, a alta participação de fêmeas nos abates em 2024 indica uma futura redução na produção de bezerros, diminuindo a oferta de carne nos próximos anos. Externamente, o preço internacional da carne brasileira está defasado, e os maiores produtores e exportadores de carne, como EUA, Austrália e Argentina, estão em fase de recomposição de rebanho.

Na América do Norte, por exemplo, segundo a USDA, fechou 2023 com o menor rebanho de fêmeas desde 1962, o que ocasionou o aumento na importação da carne brasileira pelos americanos. Na Austrália, vive-se o mesmo estágio brasileiro, com excesso de oferta de carne e preços baixos. Na Argentina, enfrentou-se uma seca intensa no final do ano passado, o que forçou a redução do rebanho. Com isso, prevê-se uma tendência de alta nos preços da carne, com uma diminuição na oferta que deve atingir seu pico em 2025, podendo durar até 2027, quando enfim impactará na mesa do consumidor

José Artur Affonso, pecuarista e diretor de marketing da Associação Brasileira do Santa Gertrudis.

Santa Gertrudis na Feicorte: Iniciativas e Inovações para o Setor Pecuário

A Feicorte, maior feira indoor de gado de corte da América Latina, retornou ao agronegócio brasileiro de 19 a 23 de novembro, em Presidente Prudente, SP. O evento foi palco para as principais raças de corte e iniciativas voltadas ao desenvolvimento da pecuária nacional, após uma década de pausa no evento.

A presença da raça Santa Gertrudis na Feicorte marcou um importante momento para destacar suas inovações e contribuições para o setor pecuário. Com diversas atividades planejadas, a Associação Brasileira do Santa Gertrudis (ABSG) buscou fortalecer o conhecimento sobre a raça e seu potencial de melhoria para a pecuária nacional.

No dia 20 de novembro, aconteceu o Julgamento da Exposição Nacional da raça Santa Gertrudis, com a participação de animais de elite, incluindo touros de centrais em pista e animais descendentes de raçadores de países como EUA, Austrália e África do Sul, julgados pelo jurado Willian Koury Filho. Além disso, a associação contou com um espaço para receber visitantes e promoveu um happy hour com degustação da carne Santa Gertrudis, proporcionando um momento de confraternização, troca de informações e networking.

“Queremos destacar que outro momento importante foi a apresentação dos resultados da Prova de Avaliação de Desempenho (PAD) 2024, realizada no Centro de Performance da Central Bela Vista, além dos dados atualizados do programa de melhoramento genético da raça, em parceria com a Embrapa através do Geneplus e da DGT Brasil,” complementou Artur Afonso, diretor de marketing da ABSG.

Para o presidente da Associação, Antônio Roberto Alves Correia, o retorno da Feicorte representou uma oportunidade de reunir toda a cadeia produtiva e discutir as mais modernas inovações do setor. “O evento promoveu uma integração essencial entre os atores da pecuária de corte e ofereceu um ambiente onde o conhecimento, a tecnologia e a sustentabilidade se encontraram. Queremos que a pecuária ocupasse seu devido lugar como uma atividade rentável, sustentável e protagonista no mercado mundial,” finalizou Roberto.

Presença da Santa Gertrudis na Feicorte reforça seu potencial no cruzamento industrial

A Feicorte, maior feira indoor de gado de corte da América Latina, retorna ao cenário do agronegócio brasileiro entre os dias 19 e 23 de novembro, agora na cidade de Presidente Prudente, SP, região que detém o maior rebanho bovino do estado, com 1,6 milhão de animais. Após uma década fora do calendário, o evento promete reunir diversos elos da cadeia de corte com atividades focadas no fortalecimento da pecuária nacional, além de animais das principais raças do setor. 

Entre as raças presentes, a Santa Gertrudis se destaca como uma alternativa chave para o cruzamento industrial, especialmente com Nelore e F1 Angus, devido à sua rusticidade e a união do ganho de peso elevado com o alto índice rendimento de carcaça. Desenvolvida há mais de um século, a raça é conhecida por sua adaptabilidade, produtividade e qualidade superior de carne, características que têm ganhado espaço no mercado premium brasileiro.

Para o presidente da Associação Brasileira de Santa Gertrudis (ABSG), Antônio Roberto Alves Correia, a Feicorte é uma grande oportunidade para destacar o papel da raça no mercado. “Estamos muito animados com o retorno da Feicorte. É uma chance de mostrar o potencial da Santa Gertrudis em um cenário de alta performance, onde o cruzamento com outras raças amplia a eficiência produtiva e atende aos mercados mais exigentes”, afirma ele.

Outro ponto forte da Santa Gertrudis é o uso de ferramentas de seleção genética, como a ultrassonografia de carcaça e o programa de melhoramento genético da Embrapa/Geneplus, que buscam aumentar o retorno econômico aos pecuaristas. “A Santa Gertrudis trabalha fortemente com melhoramento genético, e essas ferramentas nos ajudam a garantir um rendimento acima da média, atendendo às demandas de frigoríficos e do setor de food service com carne marmorizada e de alta qualidade. Além disso, a raça é rústica e adaptada a diferentes climas, o que a torna uma opção estratégica para quem busca diversificar e potencializar o cruzamento industrial”, comenta Anderson Fernandes, técnico da raça.

No dia 20 de novembro, às 9 da manhã, os melhores exemplares da raça prometem movimentar a pista de julgamentos na Exposição Nacional da raça, que será conduzida pelo jurado William Koury Filho. Animais com linhagens americanas, australianas, sul-africanas e recordistas de ganho de peso colocarão em pista a força e qualidade genética da raça.

Artur Afonso, diretor de marketing da ABSG, conta que a associação terá um espaço para receber visitantes, pecuaristas e técnicos. “Vamos promover um happy hour com degustação da carne Santa Gertrudis, proporcionando um momento de confraternização, troca de informações e networking. As expectativas são as melhores possíveis, e temos certeza de que será um evento de muito sucesso”, finaliza.

Lugar de “boi de boiada” é no gancho e não na vacada!

Na pecuária brasileira, a crescente adoção de tecnologias como a inseminação artificial por tempo fixo (IATF) e a utilização de touros participantes em programas de melhoramento genético tem gerado avanços significativos na produção de carne bovina, tanto para os pecuaristas quanto para toda a cadeia.

Dados publicados pela ASBIA e IBGE mostraram que, apenas 45% do rebanho de matrizes brasileiro é emprenhado utilizando essas ferramentas, sendo cerca de 22% (14 milhões de matrizes) utilizando a prática de inseminação e 23% (17 milhões de matrizes) a utilização de touros provados nos programas de melhoramento genético das raças. Com isso, cerca de 55% das vacas e novilhas brasileiras (aproximadamente 35 milhões de matrizes) são emprenhadas com os “bois de boiadas”.

De acordo com dados dos programas de melhoramento genético da Embrapa, a utilização de touros participantes dos programas permite aumentar em até 20% o ganho de peso dos animais. Isso é alcançado pela seleção de características como maior eficiência alimentar e maior rendimento de carcaça. Com isso, os pecuaristas conseguem obter animais que atingem o peso de abate em um menor espaço de tempo, resultando em uma redução dos custos de produção e aumento da lucratividade. Desse modo, se considerarmos que o Brasil produziu 8,91 milhões de toneladas de carne em 2023, de acordo com os dados acima, deixamos de produzir quase 1 milhão de toneladas por causa da utilização desses “bois de boiadas” em nossas estações de monta.

Um único touro de alta qualidade genética pode ser responsável pela inseminação de até 500 vacas em um ano (Associação Brasileira de Inseminação Artificial – ASBIA). Isso não só maximiza o retorno sobre o investimento no touro, mas também melhora a uniformidade do rebanho, permitindo que todos os animais apresentem características desejáveis como precocidade e qualidade da carne, podendo aumentar a rentabilidade para a casa dos 30%, devido à melhora na qualidade dos animais e à redução de custos com a manutenção de um grande número de touros.

Dada a pluralidade dos modelos de produção do setor no Brasil, onde a IATF não consegue se fazer presente, seja qual for o motivo, falta de estrutura, mão de obra etc. a utilização de touros participantes de programas de melhoramento genético é uma solução amplamente indicada e acessível, pois oferece uma série de vantagens que tornam o negócio mais eficiente e lucrativo.

De acordo com Ziza, criador de Santa Gertrudis da Agropecuária LUCAM, “Os touros se pagam no primeiro ano de produção, e a conta é simples: Um touro Santa Gertrudis produz em média 40 bezerros, cuja desmama pesa, em média, 240 kg, podendo alcançar 40 kg a 50 kg a mais que a média do bezerro comercial. Se multiplicarmos esse extra pelo preço do kg/vivo do bezerro (R$ 10,00), daria R$ 400 a mais por bezerro. Se multiplicarmos por 40 (quantidade produzida), daria R$ 16 mil, que é o preço do touro.” Quando consideramos que o tempo médio de vida produtiva de um touro é de 6 anos, sendo 4 produzindo, um touro testado traria um retorno pelo menos 4 vezes maior que o valor investido.

Olhando todos esses dados, não vemos motivos para a continuação da utilização de “boi de boiada” para a reprodução. O setor pecuário e todos os demais setores envolvidos com a pecuária perdem por ter que alimentar um animal que não entrega um resultado de acordo com as exigências e objetivos do mercado: um boi pesado, precoce, com acabamento de carcaça e que seja lucrativo para todos, desde a etapa de cria até o frigorífico.

*Artur Afonso – Pecuarista e diretor de marketing da Associação Brasileira de Criadores de Santa Gertrudis.

Santa Gertrudis surpreende em prova de desempenho a pasto realizada no Nordeste

Animais finalizam a prova com a média de 18 meses de idade, com destaques em 101cm de AOL, 7 cm de gordura e 4,7 de marmoreio, em criação totalmente a pasto

A única prova de avaliação de desempenho realizada no Nordeste conduzida em parceria com a Embrapa Geneplus, está em sua quarta edição. A avaliação realizada na raça Santa Gertrudis aconteceu em Japaratuba, a 55 km de Aracajú – capital Sergipana, na fazenda Mangabeira, uma das pioneiras na criação da raça no Brasil. Realizada em uma região semiárida, a prova contou com 75 animais, entre machos e fêmeas, destacando a criação totalmente a pasto, mesmo em condições climáticas desafiadoras.

Com duração de 8 meses, ao final, os animais apresentavam em média 18 meses de idade, sendo avaliados em diversos aspectos essenciais para a pecuária de corte de alta eficiência. Gustavo Barreto, proprietário da Fazenda Mangabeira, explicou que a avaliação não se limita mais à análise fenotípica. Hoje, além dos dados de melhoramento genético, utiliza-se a tecnologia de ultrassom nos indivíduos para medir precocidade, marmoreio, rendimento e acabamento de carcaça, proporcionando uma visão mais detalhada e precisa do desempenho dos animais. “A precocidade é essencial para aumentar a produtividade e lucratividade dos clientes”, afirmou Gustavo.

Maury Dorta, especialista em melhoramento genético e responsável pela avaliação do programa Embrapa Geneplus, enfatizou a importância desse estudo contínuo desde a desmama até sobreano. “No Santa Gertrudis, raça voltada para a produção de carne, desempenho, ganho de peso, fertilidade e qualidade da carcaça são cruciais para o sucesso do sistema de produção”, disse Maury. Ele também destacou que a prova oferece acompanhamento e orientação aos criadores, auxiliando na tomada de decisões para o melhoramento genético e aplicação de técnicas de seleção e acasalamento.

A avaliação  também contou com a presença de José Arnaldo Amstalden, superintendente técnico da Associação Brasileira de Santa Gertrudis, que acompanha a evolução da raça há 50 anos. Arnaldo destacou a eficiência dos touros a campo, mencionando seu ótimo libido, capacidade de caminhar longas distâncias, resistência a altas temperaturas e menor susceptibilidade a carrapatos. “Esses touros têm um desempenho excepcional em condições adversas e a prova pode ser vista aqui, em uma região com um ambiente climático exigente, a raça obtendo excelentes resultados”, comentou Arnaldo.

Além das avaliações de carcaça realizadas com ultrassom, a prova incluiu análises detalhadas do estado reprodutivo das fêmeas, examinando o desenvolvimento dos ovários e útero, e no caso dos machos mensurando a circunferência escrotal, verificando a puberdade e a capacidade reprodutiva dos animais. “Essa nota de evolução reprodutiva é crucial para identificar futuras matrizes e reprodutores de alto desempenho”, explicou o veterinário Felipe Almeida.

Os resultados surpreendem principalmente por se tratar de animais criados a pasto. “Machos com 101 cm de Área de Olho de Lombo (AOL) e fêmeas apresentando 7 cm de Espessura de Gordura Subcutânea (EGS) e 4,7 de marmoreio, demonstram um desempenho excepcional”, destacou Guilherme Mouco, médico veterinário. “Procuramos nas fêmeas um animal equilibrado com boa EGS, pois esse índice está relacionado à precocidade da reprodução”, completou.

A raça tem evoluído nos aspectos genéticos e avançado na análise genômica para potencializar os principais indivíduos e replicar características funcionais e produtivas. “Já fizemos a análise do genoma em 2018 e estamos refazendo em todo o rebanho agora. É através do DNA que queremos multiplicar esses animais que trazem o diferencial do Santa Gertrudis à tona, produzindo carne de qualidade com rusticidade”, finalizou Gustavo.

Entre em Contato

  • santagertrudis@santagertrudis.com.br

  • Rua Octaviano Gozzano, 216, sala 51
    Bairro Parque Campolim | Sorocaba - SP
    CEP 18048-100

Santa Gertrudis
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.