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Participação de gado de corte na etapa leite da Expo Rio Preto Sicredi reflete o crescimento da feira

A Etapa Leite da 61º Expo Rio Preto SICREDI, realizada entre os dias 15 e 21 de setembro, foi palco dos julgamentos das raças de corte Santa Gertrudis, Simental e Gir Dupla Aptidão

Originalmente programados para a Etapa Corte (entre os dias 28 de setembro e 4 de outubro), os julgamentos dessas raças foram antecipados devido ao elevado número de animais que ocuparão o Recinto de Exposições na segunda semana do evento, refletindo o crescimento da feira na edição deste ano. Os animais chegaram ao parque entre os dias 14 e 17 de setembro e passaram por julgamentos nos dias 20 e 21 de setembro. Durante as avaliações, os juízes consideraram aspectos como carcaça, aprumos, caracterização racial e estrutura dos animais, por meio de comparações entre os exemplares de cada raça e categoria.

Com 66 animais inscritos, o grande campeão da raça Santa Gertrudis foi o touro Quebec, da Fazenda União do Brasil. O título de Reservado Grande Campeão ficou com Fandango da Lucam Agropastoril. Na categoria das fêmeas, a Fazenda União do Brasil também se destacou, com duas vacas recebendo os títulos de Grande Campeã e Reservada Grande Campeã. O grande destaque da raça Simental, entre 44 competidores, foi o touro Ben-Hur, da Terra Nova, que também conquistou o título de Grande Campeão. “Apesar de ser a segunda raça mais populosa no mundo, a Simental ainda é pouco presente no Brasil devido ao clima quente, mas já existem plantéis de animais adaptados às nossas condições climáticas”, afirma Silvia Hage, da Terra Nova. Os julgamentos reuniram todos os criadores de Simental do País na Expo Rio Preto SICREDI, que confraternizaram após as avaliações em um coquetel ainda na pista. Nos julgamentos de Gir Dupla Aptidão, participaram 17 exemplares. O título de Grande Campeão ficou com Kandar do Marco Maia, mas a fazenda também dominou o segundo lugar com Onix do Marco Maia, reconhecido como Reservado Grande Campeão, evidenciando a qualidade dos animais apresentados e o destaque da raça na competição.

CRESCIMENTO ‘EXPONENCIAL’ Segundo o Secretário de Agricultura e Abastecimento de Rio Preto, Pedro Pezzuto, a alteração na programação foi uma decisão estratégica para acomodar melhor todas as cabeças de gado. “O crescimento da Expo nessa edição é evidente. A transferência desses julgamentos para a Etapa Leite reflete nosso compromisso em proporcionar uma experiência adequada para expositores e animais”, explica Pezzuto. A Expo Rio Preto SICREDI é realizada pela Prefeitura de São José do Rio Preto, com correalização da Associação Comercial e Empresarial de São José do Rio Preto (ACIRP) e apoio do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento, SEBRAE-SP e Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ). A bebida oficial da feira é o Guaraná Poty. 

Presença da Santa Gertrudis na Feicorte reforça seu potencial no cruzamento industrial

A Feicorte, maior feira indoor de gado de corte da América Latina, retorna ao cenário do agronegócio brasileiro entre os dias 19 e 23 de novembro, agora na cidade de Presidente Prudente, SP, região que detém o maior rebanho bovino do estado, com 1,6 milhão de animais. Após uma década fora do calendário, o evento promete reunir diversos elos da cadeia de corte com atividades focadas no fortalecimento da pecuária nacional, além de animais das principais raças do setor. 

Entre as raças presentes, a Santa Gertrudis se destaca como uma alternativa chave para o cruzamento industrial, especialmente com Nelore e F1 Angus, devido à sua rusticidade e a união do ganho de peso elevado com o alto índice rendimento de carcaça. Desenvolvida há mais de um século, a raça é conhecida por sua adaptabilidade, produtividade e qualidade superior de carne, características que têm ganhado espaço no mercado premium brasileiro.

Para o presidente da Associação Brasileira de Santa Gertrudis (ABSG), Antônio Roberto Alves Correia, a Feicorte é uma grande oportunidade para destacar o papel da raça no mercado. “Estamos muito animados com o retorno da Feicorte. É uma chance de mostrar o potencial da Santa Gertrudis em um cenário de alta performance, onde o cruzamento com outras raças amplia a eficiência produtiva e atende aos mercados mais exigentes”, afirma ele.

Outro ponto forte da Santa Gertrudis é o uso de ferramentas de seleção genética, como a ultrassonografia de carcaça e o programa de melhoramento genético da Embrapa/Geneplus, que buscam aumentar o retorno econômico aos pecuaristas. “A Santa Gertrudis trabalha fortemente com melhoramento genético, e essas ferramentas nos ajudam a garantir um rendimento acima da média, atendendo às demandas de frigoríficos e do setor de food service com carne marmorizada e de alta qualidade. Além disso, a raça é rústica e adaptada a diferentes climas, o que a torna uma opção estratégica para quem busca diversificar e potencializar o cruzamento industrial”, comenta Anderson Fernandes, técnico da raça.

No dia 20 de novembro, às 9 da manhã, os melhores exemplares da raça prometem movimentar a pista de julgamentos na Exposição Nacional da raça, que será conduzida pelo jurado William Koury Filho. Animais com linhagens americanas, australianas, sul-africanas e recordistas de ganho de peso colocarão em pista a força e qualidade genética da raça.

Artur Afonso, diretor de marketing da ABSG, conta que a associação terá um espaço para receber visitantes, pecuaristas e técnicos. “Vamos promover um happy hour com degustação da carne Santa Gertrudis, proporcionando um momento de confraternização, troca de informações e networking. As expectativas são as melhores possíveis, e temos certeza de que será um evento de muito sucesso”, finaliza.

Lugar de “boi de boiada” é no gancho e não na vacada!

Na pecuária brasileira, a crescente adoção de tecnologias como a inseminação artificial por tempo fixo (IATF) e a utilização de touros participantes em programas de melhoramento genético tem gerado avanços significativos na produção de carne bovina, tanto para os pecuaristas quanto para toda a cadeia.

Dados publicados pela ASBIA e IBGE mostraram que, apenas 45% do rebanho de matrizes brasileiro é emprenhado utilizando essas ferramentas, sendo cerca de 22% (14 milhões de matrizes) utilizando a prática de inseminação e 23% (17 milhões de matrizes) a utilização de touros provados nos programas de melhoramento genético das raças. Com isso, cerca de 55% das vacas e novilhas brasileiras (aproximadamente 35 milhões de matrizes) são emprenhadas com os “bois de boiadas”.

De acordo com dados dos programas de melhoramento genético da Embrapa, a utilização de touros participantes dos programas permite aumentar em até 20% o ganho de peso dos animais. Isso é alcançado pela seleção de características como maior eficiência alimentar e maior rendimento de carcaça. Com isso, os pecuaristas conseguem obter animais que atingem o peso de abate em um menor espaço de tempo, resultando em uma redução dos custos de produção e aumento da lucratividade. Desse modo, se considerarmos que o Brasil produziu 8,91 milhões de toneladas de carne em 2023, de acordo com os dados acima, deixamos de produzir quase 1 milhão de toneladas por causa da utilização desses “bois de boiadas” em nossas estações de monta.

Um único touro de alta qualidade genética pode ser responsável pela inseminação de até 500 vacas em um ano (Associação Brasileira de Inseminação Artificial – ASBIA). Isso não só maximiza o retorno sobre o investimento no touro, mas também melhora a uniformidade do rebanho, permitindo que todos os animais apresentem características desejáveis como precocidade e qualidade da carne, podendo aumentar a rentabilidade para a casa dos 30%, devido à melhora na qualidade dos animais e à redução de custos com a manutenção de um grande número de touros.

Dada a pluralidade dos modelos de produção do setor no Brasil, onde a IATF não consegue se fazer presente, seja qual for o motivo, falta de estrutura, mão de obra etc. a utilização de touros participantes de programas de melhoramento genético é uma solução amplamente indicada e acessível, pois oferece uma série de vantagens que tornam o negócio mais eficiente e lucrativo.

De acordo com Ziza, criador de Santa Gertrudis da Agropecuária LUCAM, “Os touros se pagam no primeiro ano de produção, e a conta é simples: Um touro Santa Gertrudis produz em média 40 bezerros, cuja desmama pesa, em média, 240 kg, podendo alcançar 40 kg a 50 kg a mais que a média do bezerro comercial. Se multiplicarmos esse extra pelo preço do kg/vivo do bezerro (R$ 10,00), daria R$ 400 a mais por bezerro. Se multiplicarmos por 40 (quantidade produzida), daria R$ 16 mil, que é o preço do touro.” Quando consideramos que o tempo médio de vida produtiva de um touro é de 6 anos, sendo 4 produzindo, um touro testado traria um retorno pelo menos 4 vezes maior que o valor investido.

Olhando todos esses dados, não vemos motivos para a continuação da utilização de “boi de boiada” para a reprodução. O setor pecuário e todos os demais setores envolvidos com a pecuária perdem por ter que alimentar um animal que não entrega um resultado de acordo com as exigências e objetivos do mercado: um boi pesado, precoce, com acabamento de carcaça e que seja lucrativo para todos, desde a etapa de cria até o frigorífico.

*Artur Afonso – Pecuarista e diretor de marketing da Associação Brasileira de Criadores de Santa Gertrudis.

Santa Gertrudis na Feicorte: Iniciativas e Inovações para o Setor Pecuário

A Feicorte, maior feira indoor de gado de corte da América Latina, retornou ao agronegócio brasileiro de 19 a 23 de novembro, em Presidente Prudente, SP. O evento foi palco para as principais raças de corte e iniciativas voltadas ao desenvolvimento da pecuária nacional, após uma década de pausa no evento.

A presença da raça Santa Gertrudis na Feicorte marcou um importante momento para destacar suas inovações e contribuições para o setor pecuário. Com diversas atividades planejadas, a Associação Brasileira do Santa Gertrudis (ABSG) buscou fortalecer o conhecimento sobre a raça e seu potencial de melhoria para a pecuária nacional.

No dia 20 de novembro, aconteceu o Julgamento da Exposição Nacional da raça Santa Gertrudis, com a participação de animais de elite, incluindo touros de centrais em pista e animais descendentes de raçadores de países como EUA, Austrália e África do Sul, julgados pelo jurado Willian Koury Filho. Além disso, a associação contou com um espaço para receber visitantes e promoveu um happy hour com degustação da carne Santa Gertrudis, proporcionando um momento de confraternização, troca de informações e networking.

“Queremos destacar que outro momento importante foi a apresentação dos resultados da Prova de Avaliação de Desempenho (PAD) 2024, realizada no Centro de Performance da Central Bela Vista, além dos dados atualizados do programa de melhoramento genético da raça, em parceria com a Embrapa através do Geneplus e da DGT Brasil,” complementou Artur Afonso, diretor de marketing da ABSG.

Para o presidente da Associação, Antônio Roberto Alves Correia, o retorno da Feicorte representou uma oportunidade de reunir toda a cadeia produtiva e discutir as mais modernas inovações do setor. “O evento promoveu uma integração essencial entre os atores da pecuária de corte e ofereceu um ambiente onde o conhecimento, a tecnologia e a sustentabilidade se encontraram. Queremos que a pecuária ocupasse seu devido lugar como uma atividade rentável, sustentável e protagonista no mercado mundial,” finalizou Roberto.

Touros Santa Gertrudis prometem acima da média de mercado

Imagine um investimento que se paga em apenas um ano. Isso foi o que o leilão de touros da raça Santa Gertrudis prometeu, realizado no dia 1º de julho, às 19 horas (MS), no Tatersal da Leilosin, dentro da ExpoPar em Paranaíba – MS. Com a oferta de 20 touros e alguns bezerros de cruzamento, o evento marcou o retorno da raça à região após um intervalo de 6 anos. Além disso, como foi abordado aqui no Portal, com uma maciez excepcional, sabor marcante, marmoreio acentuado e adaptação versátil na culinária, a Santa Gertrudis não produziu apenas uma carne premium, mas uma experiência gastronômica única.

Seu Ziza, da Agropecuária Lucam, um dos promotores do leilão, explica a vantagem econômica de investir em um touro Santa Gertrudis. “Cada touro Santa Gertrudis pode produzir 40 bezerros que, em média, pesam de 30 a 50 quilos a mais do que a média dos bezerros tradicionais. Considerando o preço de R$10 por quilo, isso resulta em um aumento de R$ 400 por bezerro. Multiplicando isso pelos 40 bezerros, temos um adicional de R$ 16 mil já no primeiro ano, cobrindo o custo médio de um touro Santa. E o touro continua a produzir ao longo de sua vida útil”, afirmou ele.

A excelência dos touros Santa Gertrudis que estarão à venda é garantida. “Nós vamos trazer touros de 24 a 36 meses, pesados, com carcaça e musculatura excelentes. A produtividade do Santa Gertrudis é insuspeita. Tivemos uma fazenda em Aparecida do Taboado por 20 anos e vendemos mais de 600 touros, com resultados incríveis. Os bezerros machos pesam na desmama acima de 250 kg e as fêmeas acima de 220 kg, extremamente musculosos e férteis. Isso é uma grande alegria”, diz Ziza.

A qualidade dos touros Santa Gertrudis também é endossada por Anderson Fernandes, médico veterinário e técnico da Associação Brasileira do Santa Gertrudis. “Os touros Santa Gertrudis produzem muito bem a campo e são extremamente rústicos. Eles trabalham bem mesmo em condições adversas e, ainda assim, temos uma produtividade de prenhez acima de 90%. Isso se reflete nos resultados que vemos em nossos clientes, que têm bezerros mais pesados e fêmeas extremamente férteis.”

O leilão trouxe touros de qualidade ímpar, prontos para trabalhar em qualquer região. “Os touros Santa Gertrudis do nosso rebanho em Aparecida do Taboado desmamavam bezerros até mais pesados que em outras fazendas que tivemos em São Paulo. A produtividade e a qualidade dos animais são garantidas”, acrescenta Ziza.

A participação no leilão foi uma oportunidade imperdível para os produtores que buscaram melhorar a qualidade e a produtividade de seus rebanhos. “A dificuldade de vender o Santa Gertrudis, quando acontece, é só no primeiro touro. Depois que os produtores veem os resultados, não há dúvida sobre a qualidade e a produtividade dos nossos animais e sempre voltam para comprar mais”, conclui Ziza.

Touro Santa Gertrudis
Touros Santa Gertrudis prometem rendimento acima da média de mercado – Agrozil: Touros Santa Gertrudis prometem acima da média de mercado

Por que a carne brasileira está barata e o que esperar

O mercado da carne segue um ciclo que varia de 3 a 5 anos, dependendo de diversos fatores, como a produtividade do rebanho. Esse ciclo considera desde o planejamento de emprenhar as fêmeas até a carne chegar à mesa do consumidor. As etapas são definidas conforme o tempo e a performance dos animais: estação de monta (período de emprenhar as fêmeas): 3 a 5 meses; gestação da fêmea: 8 meses; idade que o bezerro é desmamado: 9 meses; período de desenvolvimento do animal (equivalente à adolescência): 9 meses; período de terminação (engorda do animal para ganhar carne): 3 meses; abate e distribuição: 1 mês. O que dá um total de 33 meses. Em outras palavras, a carne que chegou hoje na mesa do brasileiro começou a ser produzida em 2021.

Durante os últimos meses, o setor pecuário brasileiro tem enfrentado uma queda nos preços da carne devido ao aumento recorde na oferta. No primeiro trimestre de 2024, segundo o IBGE, foi abatido o maior volume de animais desde 1997, 24,6% a mais que no mesmo período de 2023, com 46,2% desse total sendo fêmeas. As exportações têm ajudado a escoar a produção, mas os preços por tonelada são menores que no ano passado.

Com isso, os produtores têm liquidado mais animais para fazer caixa, pois suas margens estão menores e eles não podem estocar carne esperando por uma melhora no mercado. Esse excesso de oferta é consequência de um período de 2020 a 2022, quando os preços da carne estavam altos e os custos de produção baixos, tornando o setor lucrativo e incentivando o aumento dos rebanhos. O reflexo disso era percebido pelos recordes de preços nos touros reprodutores, recordes de vendas de sêmen pelas centrais, entre outros. Porém, esse cenário acabou ficando no passado e hoje chegamos, no que tudo indica, ao ponto baixo deste ciclo.

O que nos faz crer que chegamos ao ponto baixo do ciclo? Internamente, a alta participação de fêmeas nos abates em 2024 indica uma futura redução na produção de bezerros, diminuindo a oferta de carne nos próximos anos. Externamente, o preço internacional da carne brasileira está defasado, e os maiores produtores e exportadores de carne, como EUA, Austrália e Argentina, estão em fase de recomposição de rebanho.

Na América do Norte, por exemplo, segundo a USDA, fechou 2023 com o menor rebanho de fêmeas desde 1962, o que ocasionou o aumento na importação da carne brasileira pelos americanos. Na Austrália, vive-se o mesmo estágio brasileiro, com excesso de oferta de carne e preços baixos. Na Argentina, enfrentou-se uma seca intensa no final do ano passado, o que forçou a redução do rebanho. Com isso, prevê-se uma tendência de alta nos preços da carne, com uma diminuição na oferta que deve atingir seu pico em 2025, podendo durar até 2027, quando enfim impactará na mesa do consumidor

José Artur Affonso, pecuarista e diretor de marketing da Associação Brasileira do Santa Gertrudis.

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