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Presença da Santa Gertrudis na Feicorte reforça seu potencial no cruzamento industrial

A Feicorte, maior feira indoor de gado de corte da América Latina, retorna ao cenário do agronegócio brasileiro entre os dias 19 e 23 de novembro, agora na cidade de Presidente Prudente, SP, região que detém o maior rebanho bovino do estado, com 1,6 milhão de animais. Após uma década fora do calendário, o evento promete reunir diversos elos da cadeia de corte com atividades focadas no fortalecimento da pecuária nacional, além de animais das principais raças do setor. 

Entre as raças presentes, a Santa Gertrudis se destaca como uma alternativa chave para o cruzamento industrial, especialmente com Nelore e F1 Angus, devido à sua rusticidade e a união do ganho de peso elevado com o alto índice rendimento de carcaça. Desenvolvida há mais de um século, a raça é conhecida por sua adaptabilidade, produtividade e qualidade superior de carne, características que têm ganhado espaço no mercado premium brasileiro.

Para o presidente da Associação Brasileira de Santa Gertrudis (ABSG), Antônio Roberto Alves Correia, a Feicorte é uma grande oportunidade para destacar o papel da raça no mercado. “Estamos muito animados com o retorno da Feicorte. É uma chance de mostrar o potencial da Santa Gertrudis em um cenário de alta performance, onde o cruzamento com outras raças amplia a eficiência produtiva e atende aos mercados mais exigentes”, afirma ele.

Outro ponto forte da Santa Gertrudis é o uso de ferramentas de seleção genética, como a ultrassonografia de carcaça e o programa de melhoramento genético da Embrapa/Geneplus, que buscam aumentar o retorno econômico aos pecuaristas. “A Santa Gertrudis trabalha fortemente com melhoramento genético, e essas ferramentas nos ajudam a garantir um rendimento acima da média, atendendo às demandas de frigoríficos e do setor de food service com carne marmorizada e de alta qualidade. Além disso, a raça é rústica e adaptada a diferentes climas, o que a torna uma opção estratégica para quem busca diversificar e potencializar o cruzamento industrial”, comenta Anderson Fernandes, técnico da raça.

No dia 20 de novembro, às 9 da manhã, os melhores exemplares da raça prometem movimentar a pista de julgamentos na Exposição Nacional da raça, que será conduzida pelo jurado William Koury Filho. Animais com linhagens americanas, australianas, sul-africanas e recordistas de ganho de peso colocarão em pista a força e qualidade genética da raça.

Artur Afonso, diretor de marketing da ABSG, conta que a associação terá um espaço para receber visitantes, pecuaristas e técnicos. “Vamos promover um happy hour com degustação da carne Santa Gertrudis, proporcionando um momento de confraternização, troca de informações e networking. As expectativas são as melhores possíveis, e temos certeza de que será um evento de muito sucesso”, finaliza.

Lugar de “boi de boiada” é no gancho e não na vacada!

Na pecuária brasileira, a crescente adoção de tecnologias como a inseminação artificial por tempo fixo (IATF) e a utilização de touros participantes em programas de melhoramento genético tem gerado avanços significativos na produção de carne bovina, tanto para os pecuaristas quanto para toda a cadeia.

Dados publicados pela ASBIA e IBGE mostraram que, apenas 45% do rebanho de matrizes brasileiro é emprenhado utilizando essas ferramentas, sendo cerca de 22% (14 milhões de matrizes) utilizando a prática de inseminação e 23% (17 milhões de matrizes) a utilização de touros provados nos programas de melhoramento genético das raças. Com isso, cerca de 55% das vacas e novilhas brasileiras (aproximadamente 35 milhões de matrizes) são emprenhadas com os “bois de boiadas”.

De acordo com dados dos programas de melhoramento genético da Embrapa, a utilização de touros participantes dos programas permite aumentar em até 20% o ganho de peso dos animais. Isso é alcançado pela seleção de características como maior eficiência alimentar e maior rendimento de carcaça. Com isso, os pecuaristas conseguem obter animais que atingem o peso de abate em um menor espaço de tempo, resultando em uma redução dos custos de produção e aumento da lucratividade. Desse modo, se considerarmos que o Brasil produziu 8,91 milhões de toneladas de carne em 2023, de acordo com os dados acima, deixamos de produzir quase 1 milhão de toneladas por causa da utilização desses “bois de boiadas” em nossas estações de monta.

Um único touro de alta qualidade genética pode ser responsável pela inseminação de até 500 vacas em um ano (Associação Brasileira de Inseminação Artificial – ASBIA). Isso não só maximiza o retorno sobre o investimento no touro, mas também melhora a uniformidade do rebanho, permitindo que todos os animais apresentem características desejáveis como precocidade e qualidade da carne, podendo aumentar a rentabilidade para a casa dos 30%, devido à melhora na qualidade dos animais e à redução de custos com a manutenção de um grande número de touros.

Dada a pluralidade dos modelos de produção do setor no Brasil, onde a IATF não consegue se fazer presente, seja qual for o motivo, falta de estrutura, mão de obra etc. a utilização de touros participantes de programas de melhoramento genético é uma solução amplamente indicada e acessível, pois oferece uma série de vantagens que tornam o negócio mais eficiente e lucrativo.

De acordo com Ziza, criador de Santa Gertrudis da Agropecuária LUCAM, “Os touros se pagam no primeiro ano de produção, e a conta é simples: Um touro Santa Gertrudis produz em média 40 bezerros, cuja desmama pesa, em média, 240 kg, podendo alcançar 40 kg a 50 kg a mais que a média do bezerro comercial. Se multiplicarmos esse extra pelo preço do kg/vivo do bezerro (R$ 10,00), daria R$ 400 a mais por bezerro. Se multiplicarmos por 40 (quantidade produzida), daria R$ 16 mil, que é o preço do touro.” Quando consideramos que o tempo médio de vida produtiva de um touro é de 6 anos, sendo 4 produzindo, um touro testado traria um retorno pelo menos 4 vezes maior que o valor investido.

Olhando todos esses dados, não vemos motivos para a continuação da utilização de “boi de boiada” para a reprodução. O setor pecuário e todos os demais setores envolvidos com a pecuária perdem por ter que alimentar um animal que não entrega um resultado de acordo com as exigências e objetivos do mercado: um boi pesado, precoce, com acabamento de carcaça e que seja lucrativo para todos, desde a etapa de cria até o frigorífico.

*Artur Afonso – Pecuarista e diretor de marketing da Associação Brasileira de Criadores de Santa Gertrudis.

Santa Gertrudis na Feicorte: Iniciativas e Inovações para o Setor Pecuário

A Feicorte, maior feira indoor de gado de corte da América Latina, retornou ao agronegócio brasileiro de 19 a 23 de novembro, em Presidente Prudente, SP. O evento foi palco para as principais raças de corte e iniciativas voltadas ao desenvolvimento da pecuária nacional, após uma década de pausa no evento.

A presença da raça Santa Gertrudis na Feicorte marcou um importante momento para destacar suas inovações e contribuições para o setor pecuário. Com diversas atividades planejadas, a Associação Brasileira do Santa Gertrudis (ABSG) buscou fortalecer o conhecimento sobre a raça e seu potencial de melhoria para a pecuária nacional.

No dia 20 de novembro, aconteceu o Julgamento da Exposição Nacional da raça Santa Gertrudis, com a participação de animais de elite, incluindo touros de centrais em pista e animais descendentes de raçadores de países como EUA, Austrália e África do Sul, julgados pelo jurado Willian Koury Filho. Além disso, a associação contou com um espaço para receber visitantes e promoveu um happy hour com degustação da carne Santa Gertrudis, proporcionando um momento de confraternização, troca de informações e networking.

“Queremos destacar que outro momento importante foi a apresentação dos resultados da Prova de Avaliação de Desempenho (PAD) 2024, realizada no Centro de Performance da Central Bela Vista, além dos dados atualizados do programa de melhoramento genético da raça, em parceria com a Embrapa através do Geneplus e da DGT Brasil,” complementou Artur Afonso, diretor de marketing da ABSG.

Para o presidente da Associação, Antônio Roberto Alves Correia, o retorno da Feicorte representou uma oportunidade de reunir toda a cadeia produtiva e discutir as mais modernas inovações do setor. “O evento promoveu uma integração essencial entre os atores da pecuária de corte e ofereceu um ambiente onde o conhecimento, a tecnologia e a sustentabilidade se encontraram. Queremos que a pecuária ocupasse seu devido lugar como uma atividade rentável, sustentável e protagonista no mercado mundial,” finalizou Roberto.

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