A RAÇA

A busca constante do bovino ideal, aquele que satisfaz o mercado consumidor e dá lucro ao produtor, é o objetivo do Santa Gertrudis, uma raça sintética, rústica, precoce, com excelente ganho de peso e habilidade materna, características fundamentais para o desenvolvimento de uma raça de corte no Brasil e diretamente relacionadas com eficiência produtiva e reprodutiva.

A raça Santa Gertrudis surgiu a partir de um desafio: produzir um gado de corte rústico, perfeitamente adaptado às duras condições climáticas do sul dos Estados Unidos. Assim, os proprietários das Fazendas King Ranch iniciaram, em 1910, os primeiros cruzamentos entre seus melhores rebanhos de origem zebuína e européia.

Somente dez anos mais tarde este trabalho culminaria no seu mais significativo resultado: o Monkey, o primeiro gigante vermelho, 3/8 Brahman e 5/8 Shorthorn, às margens do rio Santa Gertrudis, no Texas.

Oficialmente reconhecida em 1940 como a primeira raça sintética formada no Hemisfério Ocidental, manteve-se em franca expansão, marcando presença atualmente em 53 países. No Brasil desde 1953, introduzida pelo mesmo King Ranch, com 34 machos e 225 fêmeas, a raça Santa Gertrudis soma hoje quase um milhão de exemplares.

  • Padrão Racial

    A raça Santa Gertrudis surgiu a partir de um desafio: produzir um gado rústico, perfeitamente adaptado às duras condições climáticas do sul dos Estados Unidos visando à produção econômica de carne. Assim, a fazenda King Ranch, no Texas, iniciou os primeiros cruzamentos entre seus melhores animais de origem zebuína e europeia.

    O Santa Gertrudis é considerado a primeira raça sintética formada no hemisfério Ocidental, com base no cruzamento Zebu x Europeu, sendo utilizado o cruzamento de 3/8 Brahman e 5/8 Shorthorn. Sua pelagem é vermelha e os pelos são curtos e lisos.

    Os chifres são de tamanho médio, havendo a variedade mocho natural. O temperamento é dócil mesmo nos touros. Graças à prática de cruzamentos absorventes utilizando touros puros e devidamente registrados, é possível aos criadores formarem rebanhos Santa Gertrudis.

    Sem maiores problemas, pode um pecuarista proceder à substituição de uma vacada comercial de baixa produtividade, por animais mestiços ou cruzados, onde se melhora o rebanho de geração em geração até alcançar o puro por cruza. Como toda raça bovina, o Santa Gertrudis dispõe de um padrão estabelecido pela ABSG e oficializado pelo MAPA.

  • Registro Genealógico

    Os rebanhos dos criadores associados são rigorosamente controlados pela ABSG. Todos os animais são individualmente inspecionados por um quadro de técnicos especializados da Associação para obter seu respectivo registro genealógico em função do grau de sangue. A ABSG dispõe de um Serviço de Registro Geneaológico (SRG), com todos os dados dos animais regularizados desde o seu nascimento. A partir dos 18 meses de idade, os animais são submetidos à inspeção dos técnicos da ABSG. Conforme o grau de sangue apresentado, os animais são marcados com fogo, recebendo a marca do lado esquerdo da paleta, de puros e mestiços.

    • TS – Touros puros
    • FS – Fêmeas puras
    • F/S – Fêmeas 7/8 de sangue
    • M2 – Fêmeas 3/4 de sangue
    • M1 – Fêmeas 1/2 de sangue 

    Graças à prática de cruzamentos absorventes, é possível aos criadores de outras raças obterem o Santa Gertrudis puro, a partir da quarta geração e, com isso, passarem a usufruir de todas as qualidades e vantagens da raça. Assim, a primeira cruza de um touro SG com uma vaca de qualquer raça, produz machos 1/2 sangue e fêmeas selecionadas M1. As fêmeas M1 cruzadas com outro touro puro SG produzem animais 3/4 de sangue que recebem a marca M2. Essas, cruzadas com outro touro puro SG, produzem fêmeas 7/8 de sangue, que recebem a marca /S. Os produtos das vacas /S cruzadas com outro touro puro SG, são considerados puros e, quando inspecionados e aprovados pela ABSG, recebem a marca S. 

  • Cruzamentos

    Os Santa Gertrudis são rústicos, versáteis e resistentes ao ataque de ectoparasitas. Bem adaptados às condições brasileiras, apresentam tamanho que atende às exigências do frigorífico, carcaça e padronização do rebanho. 

    Bezerros

    Nascem com um peso médio de 37 kg e são desmamados aos sete meses com 240 kg, o que comprova a excelente capacidade leiteira da raça. Precoces, fortes e ativos, apresentam um ganho de peso médio acima de 1 kg por dia, demonstrando alta capacidade de engorda e conversão alimentar, tornando-se prontos para o abate por volta dos dois anos de idade, com cerca de 17 arrobas, em regime de pasto. Quando confinados, atingem 480 kg aos 16 meses. 

    Novilhas

    Podem ser cobertas ou inseminadas dos 14 aos 18 meses de idade, dando sua primeira cria antes até de completar dois anos de vida. 

    Machos

    Extremamente funcionais, bom ganho de peso, conformação ideal, precocidade e musculosidade, com excelente desenvolvimento da área de olho de lombo, espessura de gordura subcutânea e marmoreio, além de excepcional média das medidas de perímetro escrotal.

    Fêmeas

    Parem com facilidade e produzem boa quantidade de leite. Destacam-se por sua longa vida produtiva, chegando a produzir mais de 10 crias durante a sua vida útil. São excelentes receptoras de TE. 

    Santa Gertrudis: mais carne, mais qualidade!

    Quem optou pelo Santa Gertrudis em cruzamento industrial sobre matrizes zebuínas sabe das vantagens alcançadas com produtos 1/2 sangue: machos pesados na desmama e fêmeas de excelente habilidade materna, podendo ser utilizadas como receptoras de TE. Outra opção é utilizar touros SG sobre fêmeas cruzadas de qualquer origem, pois o que servia apenas para o abate, agora pode ser utilizado como matriz, desmamando bezerros próximos a nove arrobas e peso superior a 17 arrobas aos dois anos de idade em regime extensivo de pasto. O cruzamento absorvente com o Santa Gertrudis é possível, pois o Santa é uma raça sintética, que fixa suas características, chegando ao 7/8 ou 15/16 na fazenda com o rebanho super adaptado, o que não é possível no gado europeu devido a sua pouca adaptação ao clima tropical. Outra vantagem do Santa Gertrudis é uma das heranças do Shorthorn, que apresenta ótima cobrtura de gordura e marmoreio, ao passo que as raças continentais e as zebuínas são mais tardias. Estas características são muito exigidas pelas redes de supermercados e casas de carnes nobre.

  • Performance

    O Santa Gertrudis é extremamente fértil. Novilhas bem criadas podem ser cobertas ou inseminadas dos 14 aos 18 meses de idade, dando sua primeira cria até mesmo antes de completar dois anos de vida. Com manejo adequado dos rebanhos, há plantéis puros em que o índice de parições se mantém próximo aos 90%. As fêmeas parem com facilidade e protegem suas crias zelosamente. Destacam-se por sua longa vida produtiva, chegando a produzir mais de dez crias durante a sua vida útil. Os bezerros Santa Gerturdis nascem com um peso médio de 37 kg e são desmamados aos sete meses, com 240 kg, o que comprova a excelente capacidade leiteira da raça. Precoces por excelência e com ganho de peso médio acima de 1 kg por dia, demonstram alta capacidade de engorda e conversão alimentar, tornando-se prontos para o abate por volta dos dois anos de idade, com cerca de 16 arrobas, em regime de pasto. Quando confinados, atingem 480 kg aos 18 meses de vida.

  • Adaptação

    Por ser uma raça sintética, os Santa Gertrudis são rústicos e versáteis. Os bezerros são fortes, ativos e rapidamente já estão mamando. São animais mais resistentes ao ataque de insetos e parasitas e apresentam perfeita adaptação a qualquer clima, em especial às condições brasileiras. Assim, suporta muito bem o frio e as geadas do Sul, o calor e a seca do Nordeste e a umidade do Brasil Central.

    Maciez e marmoreio através da análise de DNA A Bovigen é uma indústria global que realiza testes genéticos para diversas características economicamente importantes como maciez e marmoreio. Estudo realizado pela Bovigen pôde comprovar a eficiência do Santa Gertrudis para maciez da carne produzida com 37% dos animais com uma estrela e 55% dos animais com duas estrelas, o que indica a presença dos genes para maciez. O Shorthorn (raça predominante na formação do Santa Gertrudis) apresentou excelente resultado, onde 97% dos animais com duas estrelas para maciez.

    Um dos usos mais imediatos dos testes com marcadores de DNA é a possibilidade de acesso à informação genética com respeito a características tradicionalmente difíceis ou caras de se obter.

    “A tecnologia GeneSTAR oferece uma nova ferramenta que permite aos criadores de Santa Gertrudis fazer melhoramentos genéticos significativos em nossa raça. Nós, da Associação, estamos muito excitados com o rumo que estamos tomando e como nossos membros adotaram novas tecnologias, que nos ajudarão a alcançar os objetivos da nossa raça”.
    Ervin Kaatz, vice-presidente Executivo da Associação Internacional de Criadores de Santa Gertrudis

    O Santa Gertrudis é um animal de tamanho mediano e a redução no tamanho dos animais já é um reflexo da percepção dos criadores nacionais quanto à precocidade. “Esse cuidado com a seleção do rebanho puro nos dá condições de produzir um gado de corte, para o abate, mais precoce, que termine mais cedo e custe menos”, explica Luiz Fernando Doneaux Júnior, da Fazenda Jatobá, de Itaí (SP).

    A Fazenda Jatobá abateu 31 animais Santa Gertrudis (22 machos e nove fêmeas). O abate aconteceu no frigorífico FRIGOL. Os critérios analisados foram: conformação exterior, idade, rendimento e conformação da carcaça. 

    Além das características quantitativas, pôde-se avaliar: a conformação de retilíneas a convexas, acabamento de gordura de 4 a 7 mm e confirmar os registros genealógicos dos animais na ABSG quanto à maturidade fisiológica através da dentição e pelo grau de ossificação das cartilagens. O resultado foi: carcaças de excelente qualidade, com os animais indo para abate precoce após 152 dias de confinamento, obtendo animais mais jovens com peso e acabamento de carcaça, atendendo as exigências para exportação.
     

    O pecuarista Norberto Vicente, da Fazenda Major Vicente, município de Água Clara (MS), teve 54 animais cruzados da raça Santa Gertrudis x Nelore na unidade do grupo Friboi, onde através de um processo de classificação e tipificação de carcaça utilizado pelo SIF (Serviço de Inspeção Federal), obteve um resultado excepcional para animais criados exclusivamente a pasto, ou seja, o chamado “Boi Verde”.

    Com a finalidade de verificar o peso dos animais abatidos, a idade dos animais ao abate, a conformação das carcaças e o acabamento de gordura: ficou constatado que o desempenho destes animais foi excelente não só para o pecuarista, que pode abater animais mais jovens e com um peso de carcaça excelente; como também para o frigorífico que obteve animais com excelente formação de carcaça e selecionados para exportação.

    Outra qualidade apresentada pela raça, diz respeito ao ótimo desempenho dos touros no trabalho à campo. Os touros acompanham bem as vacas, caminham por longas distancias mesmo em climas onde há temperatura elevada. Os reprodutores têm uma vida reprodutiva longa. Chegando aos 12 anos de idade apresentando uma ótima libido. Quanto submetidos ao exame andrológico, apresentam excelente qualidade do sêmen por permanecerem com a bolsa escrotal bem posicionada. Comumente são colocadas 40 vacas por touro em estação de monta a partir dos 20 meses de idade.

Artigos Técnicos

Problemas em cascos bovinos

São várias as alterações encontradas nos cascos, que, devido ao crescimento excessivo, podem apresentar-se em forma de chinelo (casco comprido), de tesoura ou encastelada.

O aparecimento de problemas nos cascos podem ser por lesões causadas pela febre aftosa, brocas, traumatismos, postura defeituosa do membro (defeito de aprumo), podridão do casco e permanência por longo tempo em pisos ásperos (cimento), que, pelo desgaste excessivo, levam à formação de ferida de difícil recuperação, agravada muitas vezes por excesso de umidade. É sempre bom estar alerta para os primeiros sintomas de apoio anormal do casco. Geralmente, aparece quando o animal começa a mancar. Por causa da dor, há uma mudança na posição de apoio, levando ao crescimento de uma unha ou das duas, ou ao desgaste excessivo.

O tratamento para esses casos é cirúrgico. Para corrigir as anormalidades, é preciso aparar os cascos, moldando a unha, o mais parecido possível com a outra unha normal, para que o animal volte a pisar corretamente.

No caso de cascos com feridas, devem ser feitos limpeza e curativo, seguidos de enfaixamento do pé, no primeiro dia, para evitar hemorragia. Animais com problemas no casco devem ser manejados em locais secos, que não acumulem água, evitando assim o agravamento dos problemas.

Quando há barro em excesso, o animal tem preferência para permanecer dentro dele e, por conseqüência, há amolecimento do casco e dificuldade de cicatrização.

Uma das formas preventivas, de eficiência comprovada, principalmente em confinamento, é a utilização de pedilúvio, em que o animal precisa passar, molhando os cascos, pelo menos uma vez ao dia. Pode-se utilizar várias formulações para o pedilúvio. O CNPGL usa a seguinte, com ótimos resultados: 5 litros de formol 5 kg de sulfato de cobre Quantidade de água suficiente para completar 100litros.

FONTE: (EMBRAPA) Centro Nacional de Pesquisa de Gado de Leite) 

Cuidado com os Cascos 

Os vertebrados terrestres, segundo os cientistas, descendem da metamorfose de peixes que tinham quatro barbatanas na parte inferior do corpo. As barbatanas se transformaram em cascos, em função de uma proteína chamada queratina, que também faz os chifres. Nestes locais, não há sangue nem nervos. Por isso, os animais não sentem, em condições normais, dor, frio ou calor. Os mamíferos, quanto ao apoio, são tetrápodes. Isto é, se apoiam nas quatro patas. Estes se dividem em sodáctilos e artiodáctilos. Os primeiros tem número ímpar de dedos (cavalos, jumentos, anta, etc.) e os segundos, número par (boi, búfalo, carneiro, suíno, veado, camelo, etc.). Todos, sem exceção, são passíveis de quatro principais infecções, como se vê a seguir. 

Dermatite interdigital

Menos grave, mas não importante que as demais afecções maiores, a dermatite interdigital consiste uma inflamação da pele do espaço que separa os dois cascos, devido à ação de duas bactérias, a Fusobacterium necrophorum ou bacilo da necrose e a Bacteroides nodosus. Aparentemente, é contagiosa.

O animal atingido claudica (marca) e apresenta, no espaço entre os dedos, uma enduração (endurecimento e necrose das fibras) de coloração acinzentada e odor repugnantes. A dermatite interdigital pode ser observada em qualquer estação nos animais mantidos em estábulo, embora seja mais freqüente no inverno, em especial nos estábulos cujo piso ou as camas estejam úmidas ou sujas. Produto da falta de asseio, tende a se disseminar entre um grande número de animais. Examinando em pé e amarrado, o animal revela uma impotência funcional, a claudicação. Coloca bem para fora o membro atingido, normalmente uma das patas traseiras.

Desta forma, transfere um parte do apoio para outra pata de trás, que sofre um desvio inverso. Não é possível descobrir outras anomalias num exame após lavagem com água sob pressão, mesmo a pequena distância. Só com um exame aproximado do espaço interdigital de contenção adequada do animal e da limpeza cuidadosa da região, se pode descobrir, entre os dois cascos, a origem da manqueira. Livre da enduração, a pele do espaço, entre os dedos aparece avermelhada, ulcerada em diversas partes e com excesso de queratinização, dentre outras coisas.

Especialmente durante a pastagem, a dermatite interdigital pode evoluir para a cura espontânea: as lesões cicatrizam, a claudicação se atenua até desaparecer. Outras vezes, a brecha na pele permite que a infecção, complicações, como o panarício interdigital. Persistindo, a doença pode tornar-se crônica e se estender a ponto de provocar perturbações na produção de queratina. Sem esta proteína, a substância córnea, osso existente na pata dos bovinos, torna-se folheada ou crivada de buracos.

Finalmente, surge uma lesão em formigueiro que predispõe à formação da úlcera da planta. Outra conseqüência da dermatite interdigital crônica é o eventual surgimento de uma excrescência alongada (calo), dura e fibrosa tão grande que pode chegar a exigir uma cirurgia. A má higiene das camas favorece a fixação do bacilo da necrose e do Bacteroides nodosus. Esta associação bacteriana lembra aquela presente na doença do caso da ovelha. Aliás, parece possível que bactérias passem de uma espécie à outra. São necessárias, portanto, medidas preventivas, como o cuidado das camas e dos pisos da zona de estábulo e o diagnóstico, isolamento e tratamento precoce dos animais reconhecidamente atingidos.

O exame periódico dos casos durante o trato permite o diagnóstico precoce dos primeiros casos. O tratamento consiste, então na aplicação local de anti-sépticos, de antibióticos, de sulfanilamidas em forma de spray, em solução ou em pó, eventualmente cobertos por um curativo. Na propriedades onde estas medidas fossem insuficientes, poderiam ser tentadas outras, ainda experimentais, como a suplementação de zinco no regime ou o emprego de vacinas utilizadas na profilaxia da doença do casco da ovelha. 

Panarício interdigital

A doença dos cascos mais conhecida dos criadores de bovinos é por certo o panarício interdigital. Trata-se de uma moléstia infecciosa que tem, muitas vezes, uma aparência contagiosa devido à intervenção de várias bactérias, a mais importante das quais é o bacilo da necrose. Os sinais clínicos da doença são uma claudicação pronunciada e um inchaço avermelhado, quente e doloroso no espaço entre os dedos. Parece atingir todas as raças igualmente, se bem que as leiteiras sofram mais com os seus efeitos. O panarício interdigital pode ser observado em qualquer estação. No entanto, aparece com ias freqüência no final da primavera e do verão e no início do outono, quando o tempo está muito seco ou, ao contrário, muito chuvoso. Assim que um ou dois animais do rebanho são atingidos, o panarício se dissemina como uma doença contagiosa: a cada 24 ou 48 horas, um novo animal é contaminado, até que um terço ou metade deles seja afetado. Depois, a doença para de agir e só reaparece um ou dois anos mais tarde. O criador atento percebe o panarício, muitas vezes antes mesmo de surgir a manqueira, ao constatar a diminuição da produção leiteira. A temperatura do animal se eleva, então, chegando a 39,5 C ou 40 C. O apetite se reduz, e a ruminação se torna menos freqüente. Em poucas horas, acrescentam-se a estes sinais gerais os sintomas específicos da enfermidade.

Maciez e marmoreio através da análise de DNA

Anderson Fernandes | ABSG

A Bovigen é uma industria global que realiza testes genéticos para diversas características economicamente importantes como maciez e marmoreio. O teste de marmorização esta associada ao gene da Tiroglobulina e Maciez para os genes da Calpastatina e Calpaina.

Estudo realizado pela Bovigen pôde comprovar a eficiência do Santa Gertrudis para maciez da carne produzida com 37% dos animais com uma estrela e 55% dos animais com duas estrelas, o que indica a presença dos genes para maciez. O Shorthorn (Raça predominante na formação do Santa Gertrudis) apresentou excelente resultado, onde 97% dos animais com 2 estrelas para maciez (Tabela 1).

Tabela 1: Resultados Maciez (%) para o Shorthorn, Brahman e o Santa Gertrudis

O teste é baseado em dois genes que existem normalmente e que estão envolvidos no processo de maciez post mortem: Calpastatina e Calpaína.

Um dos usos mais imediatos dos testes com marcadores de DNA é a possibilidade de acesso à informação genética com respeito a características tradicionalmente difíceis ou caras de obter. A maciez é um exemplo perfeito deste uso.

Embora vários estudos tenham encontrado um efeito dos marcadores para a Calpastatina e a Calpaína de maneira independente, somente dois estudos avaliaram o efeito combinado dos dois marcadores. Um deles utilizou gado Angus e o outro, Santa Gertrudis, ambos puros. Os resultados do estudo com Santa Gertrudis está resumido na tabela abaixo:

Tabela 2: Testes mostram que animais com 4 ESTRELAS tiveram a forca de cisalhamento reduzida em até 1.92 lbs, bem como a redução da percentagem de carne dura em até 25%) ESTRELAS tiveram a forca de cisalhamento reduzida em até 1.92 lbs, bem como a redução da percentagem de carne dura em até 25%)

No estudo com Santa Gertrudis, animais com 4 ESTRELAS apresentaram 3 vezes menos carnes duras quando comparados aos animais de 0, 1 e 2 ESTRELAS. Resultados como estes mostram a versatilidade do Santa Gertrudis a raça sintética formada a partir do Shorthorn com excepcional maciez e associada ao Brahman que confere ótima adaptação ao clima tropical, assim apresentando carne de qualidade atendendo as exigências do mercado.

“A tecnologia GeneSTAR oferece uma nova ferramenta que permite aos criadores de Santa Gertrudis fazer melhoramentos genéticos significativos em nossa raça. Nós, da Associação, estamos muito excitados com o rumo que estamos tomando e como nossos membros adotaram novas tecnologias, que nos ajudarão a alcançar os objetivos da nossa raça”, afirma Ervin Kaatz, Vice Presidente Executivo da Associação Internacional de Criadores de Santa Gertrudis.

David Fernandez da Fazenda Alambary, já utiliza desta tecnologia em seu rebanho. Em breve enviaremos amostras de outros criatórios nacionais para analise de maciez e marmoreio. Os interessados podem entrar em contato com a Associação para maiores informações através do telefone (11) 3673-2322 ou e-mail: anderson@santagertrudis.com.br.

Fonte: www.bovigensolutions.com; GeneSTAR Tenderness the first commercial gene marker test for beef tenderness.

Raiva

A raiva é uma doença infecto-contagiosa que acomete principalmente o SNC – Sistema Nervoso Central, causando encefalomielite fatal. Pode ser transmitida aos homens, o que a classifica como zoonose, e todos os animais de sangue quente são susceptíveis. Mesmo com o avanço acelerado em vários campos da ciência, a Raiva ainda faz muitas vítimas e estimativas conservadoras indicam que a cada 10/15 minutos uma pessoa morre de raiva e, a cada hora, 1.000 pessoas recebem tratamento post-exposição no mundo.

Sua ocorrência é quase mundial, pois, atualmente, está erradica somente em algumas ilhas do pacífico, Japão, Reino Unido e Havaí. A Oceania é o único continente livre da doença.

Com o intuito de conscientizar e fortalecer a prevenção e controle da raiva, foi criado o Dia Mundial da Raiva. Acontece anualmente no dia 8 de setembro e teve início em 2007. Conta com o auxílio de organizações internacionais, nacionais e não governamentais, profissionais de saúde pública humana e veterinária, universidades, parceiros do setor privado e indústrias.

Etiologia

É transmitida pelo Vírus da Raiva, que pertence à família rhabdoviridae, gênero Lyssavirus. A partícula viral é constituída de genoma RNA, possui envelope bilipídico em forma de projétil e é pouco resistente aos agentes químicos (éter, clorofórmio, sais minerais, ácidos e álcalis fortes), aos agentes físicos (calor, luz ultravioleta) e às condições ambientais como dessecação, luminosidade e temperatura excessiva.

Transmissão

A transmissão se dá por mordeduras, arranhões ou lambeduras de animais doentes, pois, através destas, o vírus presente na saliva pode ser inoculado no hospedeiro. Ocorre replicação viral nos tecidos conjuntivo e muscular adjacentes e disseminação rápida em direção ao SNC. Após intensa replicação no SNC, o vírus segue para o sistema nervoso periférico, alcançando pulmão, coração, rim, bexiga, útero e, principalmente, glândulas salivares, sendo eliminado pela saliva.
Os maiores transmissores no meio urbano são os cães, seguidos pelos gatos. Já no meio rural, além de cães e gatos, outros animais também podem transmitir e os morcegos hematófagos são apontados como os principais. Os animais silvestres são os reservatórios naturais para animais domésticos.

O aumento da agressividade do doente aumenta as probabilidades do ataque e transmissão do vírus rábico.

O período de incubação, tempo que decorre entre o contato inicial com o vírus e a manifestação dos primeiros sintomas, é longo, podendo variar de 2 semanas a 6 meses, conforme a quantidade de vírus inoculado, a proximidade do Sistema Nervoso Central e a gravidade da lesão.

Sintomas

O vírus, a princípio, se localiza nas proximidades da lesão, podendo provocar dor local ou anestesia e inchaço. Ocorre replicação viral nos tecidos conjuntivo e muscular adjacentes e disseminação rápida em direção ao SNC.

O animal se afasta do rebanho, ficando isolado, apresenta certa apatia, perda do apetite, mugido constante, tenesmo, hiper-excitabilidade, aumento da libido, salivação abundante e viscosa, dificuldade para engolir (o que sugere que o animal esteja engasgado) e ainda pode apresentar-se de cabeça baixa e indiferente ao que se passa ao seu redor.

Com a evolução da doença, apresenta movimentos desordenados da cabeça, tremores musculares, ranger de dentes, midríase com ausência de reflexo pupilar, incoordenação motora, andar cambaleante e contrações musculares involuntárias. 
Após entrar em decúbito, não consegue mais se levantar, ocorre o aparecimento de movimentos de pedalagem dos membros anteriores e posteriores, dificuldades respiratórias, opistótono, asfixia e morte. Esta última ocorre, geralmente, entre 3 a 6 dias após o início dos sinais, podendo prolongar-se em alguns casos por até 10 dias.

Uma vez iniciados os sinais clínicos da Raiva, devemos isolar o animal e esperar pela sua morte, ou sacrificá-lo na fase agônica.

Diagnóstico

Em virtude da grande variação de sintomas entre os animais acometidos, não é possível a confirmação da doença somente pelo diagnóstico clínico. Portanto, faz-se necessário a necropsia do animal para coleta de material e envio deste a um laboratório de diagnóstico credenciado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA e/ou pelo Ministério da Saúde, para a realização do exame. O material (cérebro) deve ser coletado por um veterinário habilitado, devidamente treinado, e enviado parte em gelo e outra parte imerso em formol a 10%.

Tratamento

Não há nenhum tratamento e a doença é invariavelmente fatal uma vez iniciados os sinais clínicos.

Somente para o ser humano existem as vacinas anti-rábicas, que são indicadas para o “tratamento”, ou seja, a profilaxia anti-rábica pós-exposição. Há também o recurso da aplicação de soro anti-rábico com uso de soro homólogo (HRIG) ou heterólogo. A imunidade passiva conferida pela imunoglobulina anti-rábica persiste por apenas 21 dias.

Vacinação

A frequência da vacinação dos animais varia de acordo com a região, sendo semestral nos estados de vacinação obrigatória e anual nos demais. A dose estabelecida pelo MAPA é de 2 ml.

Todas as vacinas, antes de serem comercializadas, são analisadas pelo MAPA e, após sua liberação, recebem um selo de garantia (holográfico) na Central de Selagem de Vacinas, órgão administrado em parceria entre o MAPA e o SINDAN – Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal.

Manejo sanitário para bovinos de Corte

Dentre os diversos fatores para o sucesso na produção de gado de corte, a sanidade do rebanho é um item extremamente importante para evitar o aparecimento de doenças que possam comprometer os índices de produtividade. Esse deve ser feito através de um calendário profilático de vacinações e vermifugações. As medidas de controle devem ser realizadas em função das endemias regionais, do estado sanitário do rebanho, do perfil de sistema de produção e orientação do órgão de defesa estadual. Certas vacinas são aplicadas no rebanho todo, outras são aplicadas somente em certas categorias de animais, selecionando idade e até mesmo o sexo, como é o caso das vacinações contra o carbúnculo sintomático e a brucelose.

Febre aftosa é uma das enfermidades mais importantes para a pecuária brasileira por ser um fator limitante para as exportações de carne. A doença é causada por um vírus e extremamente contagiosa, acomete os animais fissípedes (cascos fendidos) causando feridas nos cascos e na boca, além de febre alta. A vacinação de caráter obrigatório obedece os calendários determinados pelos dos órgão de defesa estadual. Abaixo o mapa das vacinações no Brasil segundo o ministério da agricultura:

raiva dos herbívoros é outra doença viral é transmitida através da mordedura por morcegos hematófagos (alimentam-se de sangue). A vacinação é recomendada em áreas onde a doença ocorre, feita anualmente e deve ser associada à vacinação dos cães e eqüídeos. Em algumas regiões está prática está vinculada a vacinação da febre aftosa a critério dos órgãos de defesa estadual. Os principais tipos de vacinas utilizadas no Brasil são a inativada e atenuada, por apresentarem uma imunidade duradoura nos animas.

Tuberculose é controlada através de um programa nacional o PNCEBT (Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose) que oferece aos criadores orientações sobre prevenção e controle. Como a vacinação tem pouca eficácia o controle é feito através do teste de tuberculinização, com uso de tuberculina PPD bovina, feita na prega caudal ou no pescoço. Os animais reagentes são isolados e sacrificados pelo serviço de inspeção oficial.

DOENÇAS DA REPRODUÇÃO

Doenças da esfera reprodutiva trazem sérios danos ao pecuarista, impedindo a fecundação, causando abortos ou produzindo bezerros com peso inferior à média. As enfermidades reprodutivas podem ter origem bacteriana, virótica e parasitarias dentre elas estão:

Brucelose: causada pela bactéria Brucela abortus provoca abortos, infertilidade e retenção de placenta. O controle da doença deve ser feito através de vacinação em dose única aplicada por médico veterinário em fêmeas dos três a oito meses de idade. E marcadas com um “V” no lado esquerdo da cara, junto com o ultimo digito do ano da vacinação.

Campilobacteriose: normalmente é transmitida pelo touro contaminado na monta, causando a infertilidade temporária e morte embrionária. Os animais diagnosticados como positivos devem ser descartados do rebanho.

Tricomonose: dentre seus sintomas estão: infecções pós monta, repetição de cios, morte embrionária e abortos. A principal fonte de transmissão do parasita é o touro que pode receber tratamento que muitas vezes é descartado pelo auto custo.

IBR (rinotraqueíte infecciosa bovina) e BVD (diarréia viral bovina): são viroses transmitidas através: coito, placentária, secreções, fetos abortados e fezes. A prevenção é feita através de vacinas polivalentes, aos três meses de idade, com reforço 30 dias e revacinação anual.

MANEJO DOS BEZERROS

O desempenho produtivo de um abate e da produção de carne e carcaça começa com os cuidados com o bezerro. Como regra geral os bezerros neonatos devem receber o colostro da mãe nas primeiras oito horas de vida. O colostro além de ser rico em proteínas, minerais, enzimas, vitaminas ter efeito antitóxico e energético, confere ao bezerro uma imunidade passiva através dos anticorpos maternos.

O umbigo do neonato é uma porta de entrada para agentes infecciosos, podendo causar infecção local ou sistêmica e miíases (bicheiras), por isso o umbigo deve ser cortado em aproximadamente 4 cm e submerso por dois minutos em solução de iodo 10% ou produto similar.

Em regiões onde ocorre o botulismo deve vacinar os animais aos quatro meses, repetindo após 40 dias e revacinação anual e contra paratifo ou samonelose com 15 a 20 dias de idade.

As clostridioses são toxi-infecções causadas por bactérias. Dentre elas a mais importante no Brasil o carbúnculo sintomático é uma doença típica de animais jovens gera grandes prejuízos, pela alta mortalidade dos bezerros. A vacinação deve ser feita nos bezerros com quatro a seis meses de vida, revacinando seis após.

CUIDADOS COM AS VACINAS

Alguns cuidados importantes devem ser tomados para a correta preservação das vacinas garantindo assim toda sua qualidade na imunização.

  • Conservar a vacina refrigerada entre 2 a 8 ºC. Não congelar;
  • Observar a data de fabricação e prazo de validade;
  • Seguir atentamente a via de aplicação e dosagem;
  • Obedecer o prazo de carência para o consumo de leite e carne;
  • Transportar em caixa isopor com gelo, protegendo do calor e sol;
  • Combate às verminoses.

Uma das práticas mais importantes no manejo sanitário de uma produção de gado de corte trata-se dos combates aos parasitas tanto os ectoparasitas (externos) quanto os endoparasitas (internos). As parasitoses são as grandes vilãs responsáveis pela baixa produtividade da bovino cultura por prejudicarem o crescimento podendo levar o animal a morte. O controle deve ser estratégico dependendo do clima de cada região. Normalmente o combate é feito no período da seca, porem o criador deve saber que seu efeito só é notado a médio e longo prazo.

Os endoparisitas localizam-se em diversos órgãos do animal e sugam os nutrientes debilitando e causando o emagrecimento. Para o combate dos vermes deve se usar vermífugos de largo espectro (atuam na maioria das espécies de vermes) e de longa ação, sempre que possível usando princípios ativos diferentes.

Um controle estratégico para os vermes deve ser realizado no período da seca em três etapas: 1ª aplicação no inicio da seca para remover os vermes que se instalaram nas chuvas. 2ª aplicação no meio da seca que elimina os vermes que sobreviveram a aplicação anterior e a 3ª aplicação no final da seca prevenindo a contaminação no período das chuvas. Ainda pode-se fazer uma 4ª aplicação durante o período das chuvas como prevenção de combate a proliferação das larvas.

Os ectoparasitas se alimentam do sangue do bovino além de serem vetores de doenças como a Tristeza Parasitária Bovina entre outras. A mosca do chifre (Haematobia irritans),o carrapato (Boophilus microplus) e o berne (Dermatobia hominis) são os principais parasitas externos de importância no Brasil. O controle dos parasitas externos deve ser feita quando o animal está infestado com uso repelentes quimicos “pour-on”, de pulverização ou banhos de aspersão. Uma medida que esta demonstrando resultados positivos no combate a mosca do chifre é a introdução de bezerros e utilizando produtos que não os matem, pois estes destroem os bolos fecais que são verdadeiros criatórios das larvas da mosca. O estratégico do controle do carrapato deve ser iniciado no início do período das chuvas, sendo importante repetir por três vezes a aplicação do produto a cada 21 dias, que e o período que compreende o ciclo reprodutivo do carrapato.

Tabela 1 – Esquema profilático sanitário para rebanhos de bovinos de corte

 

* segue orientação dos órgão de defesa estaduais

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